O papa Francisco "implorou", neste domingo (26), "o perdão do Senhor" pelas agressões sexuais cometidas na Irlanda por padres católicos, no segundo dia de sua visita ao país.
"Imploro o perdão do Senhor por estes pecados, pelo escândalo e pela traição sentida por muitas pessoas na família de Deus", declarou o papa durante uma visita ao Santuário de Knock, a 180 km de Dublin.
Desde 2002, mais de 14.500 pessoas foram vítimas de abusos sexuais por membros do clero na Irlanda. A hierarquia da Igreja irlandesa é acusada de ter encoberto centenas de padres.
Várias investigações também revelaram práticas ilegais de adoção de crianças nascidas de mulheres solteiras, realizadas pelo Estado irlandês com a cumplicidade da Igreja Católica.
A magnitude desses escândalos explica em parte a perda de influência da Igreja sobre a sociedade irlandesa, historicamente muito católica, nos últimos anos.
"Nenhum de nós pode evitar sentir-se comovido com as histórias de crianças que sofreram abusos, que tiveram sua inocência roubada e que foram abandonadas a dolorosas lembranças. Isso nos desafia a ser firmes e determinados na busca da verdade e da justiça", disse o pontífice.
No sábado (25), em Dublin, o papa falou de sua "vergonha" e "sofrimento" diante do "fracasso das autoridades da Igreja" para enfrentar adequadamente os "crimes hediondos" do clero na Irlanda.
Antes de Francisco, Bento XVI, seu antecessor, escreveu em 2010 uma carta a todos os católicos irlandeses, reconhecendo a responsabilidade da Igreja nos abusos cometidos no país.