Cidades

Pais que ultrapassaram a faixa dos 100 anos

Foto Ahmad Jarrad

Segundo domingo de agosto, Dia dos Pais.  Três pais de família de origens, culturas, mundos diferentes e que tem em comum a idade: um século ou mais de vida.

No dia 11 de agosto, última quinta-feira, Joaquim Agostinho Curvo Sobrinho reuniu mais de 300 pessoas, entre parentes e amigos, para comemorar 100 anos. Nascido em 1016, está lúcido e alegre.

Joaquim Curvo ainda bem jovem, em 1933 mudou-se para o Rio de Janeiro onde cursou Medicina até o 3º ano, mas viu que não tinha nascido para ser médico.

Foto Ahmad Jarrad

Retornou para Cuiabá em 1943 e logo começou a trabalhar no comércio do pai João Curvo, conhecido pelo apelido de “Sinjão”. Mais tarde, abriu a Casa das Tintas.

Em 1947 casou-se com a sua amada esposa Avanilde Moreira Curvo, de 87 anos. “Quando e a conheci ela tinha 12 anos. E disse: eu vou casar com você”, contou Joaquim. E casou. A união ocorreu em 1947, quando Avanilde estava prestes a fazer 18 anos.

Da união nasceram cinco filhos. Um deles, médico, faleceu muito jovem, vítima de acidente. Outro também se formou em medicina e entrou para a carreira política. José Augusto Curvo é deputado federal, conhecido pelo apelido de Tampinha.  E tem também as filhas Fabiane, Aline e Neila Curvo.

Joaquim, que já precisa do apoio de uma cadeira de rodas para se locomover, conta que seus filhos já lhes deram 14 netos e 19 bisnetos. Pega na mão de Avanilde e a olha com carinho para lembrar que já estão casados há quase 70 anos.

1914

Foto Sandra Carvalho

Trinta quilômetros por dia. Este é o trajeto que Gustavo Pereira da Silva percorre diariamente. Poderia até parecer normal caso se tratasse de um desportista, mas Gustavo é um cearense de 102 anos e que trabalha vendendo picolé pelas ruas de Cuiabá.

Nascido no dia 06 de junho de 1914, Gustavo sai diariamente do bairro Pedra 90, de coletivo, para ir ao Alvorada buscar o carrinho de picolé. De lá segue pelo Quilombo e vai até o Goiabeiras, subindo e descendo ladeiras. Já é bastante conhecido por onde passa e chama a atenção dos clientes quando mostra o documento comprovando a idade: 102 anos.

“Eu sou aposentado, mas o dinheiro da aposentadoria não dá pra viver. Gasto muito comprando remédios pra minha mulher, que anda muito doente”, relata. A esposa de Gustavo, Maria Benedita da Silva, tem 64 anos, e fica praticamente em casa, porque sua saúde está debilitada.

O ‘picolezeiro’, no entanto, esbanja saúde. “Se eu parar de trabalhar, morro”, diz contundente. Gustavo está passando o Dia dos Pais longe dos dois filhos. “Eles moram longe daqui, muito longe”, resume, deixando a entender que não gosta de falar sobre os filhos.

Cururu e flexão

Foto José Medeiros

Talvez a pessoa mais velha de Mato grosso, o descendente de escravos Antônio Benedito da Conceição, conhecido como Antônio Mulato, completou 111 anos no dia 12 de junho de 2016, sempre rodeado de familiares e amigos. Ele nasceu na comunidade de Mata Cavalo, município de Nossa Senhora do Livramento (42 km de Cuiabá), onde mora até hoje.

Antônio é pai de 16 filhos, 36 netos, 44 bisnetos, 23 tataranetos e dois trinetos. Canta, dança cururu, toca pandeiro, tem um ótimo humor e ainda faz flexões para mostrar que sua saúde vai muito bem.

Acorda sempre cedo, toma diariamente um cálice de vinho e se vai para uma festa, gosta de ficar até de madrugada, aproveitando tudo. E tem uma alimentação reforçada. Seu prato preferido é o ‘cozidão’, a base de carne e legumes.

Três pais que possuem histórias de vida diferentes e que, perto ou distante dos filhos, tem em comum a longevidade, privilégio de poucos.

Sandra Carvalho

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