Cidades

Pai incentiva filho com Síndrome de Down com esportes: ‘razão de viver’

 
Jaime soube que Nicholas tinha a síndrome somente alguns instantes após o nascimento. "A emoção de tê-lo em meus braços foi tão grande, que no primeiro momento em que o vi não fiquei assustado, abatido, nem pensei que ele era uma criança que teria necessidades diferentes das demais, que teríamos dificuldades, nada disso", relata. Logo depois de deixar o hospital, Jaime foi pesquisar sobre o Down na internet e procurou profissionais de saúde para se informar melhor a respeito.
 
Entre as primeiras orientações que recebeu de especialistas, estava a de que a criança deveria ser estimulada de diversas formas, ainda nos primeiros meses de vida. Assim, logo ele passou a ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). "Ele sempre foi tratado como criança normal, brincando e passeando na praia, shoppings, parques, entre outros lugares", conta.
 
Desde bebê, Nicholas gosta de brincar na praia. Hoje, o banho de mar é um lazer e uma forma de ajudar no desenvolvimento dele. O pai leva o menino para nadar e brincar com prancha de surf. Também adaptou uma bicicleta para transportá-lo em passeios ciclísticos, nos quais a criança se diverte para valer. Nicholas também  pratica caminhadas em parques e na orla, sempre na companhia do paizão.
 
Jaime lembra que logo que começou a inserir a prática esportiva na vida de Nicholas, antes dos dois anos, o menino tinha medo e era retraído. "Agora, ele pede para passear mais. Ele gosta de ver o mar, as paisagens, a movimentação das pessoas nas ruas. Fica mais sociável, seguro e autoconfiante", detalha.O empresário explica que tenta passar para o filho a paixão que tem pela prática esportiva. "Claro que fazemos da maneira que é possível. No tempo dele, vai criar independência para nadar e pedalar sozinho, pois é muito esperto e aprende as coisas com rapidez, dentro das limitações que tem".
 
Segundo o pai, Nicholas está melhorando a coordenação motora aos poucos. Ele pinta desenhos na escola regular onde estuda desde o ano passado. Fala poucas palavras e tem dificuldades de se expressar. Apesar disso, tem bom relacionamento com os coleguinhas de turma.Chileno naturalizado brasileiro, há 30 anos, Jaime conta que a dedicação ao filho é prioridade na vida dele. "Sou suspeito para falar, mas Nicholas é uma criança apaixonante, encantadora, quero sempre estar na companhia dele. Quando estamos juntos é uma festa". Jaime e a mãe da criança são separados. O pai só vê o menino nos fins de semana, mas faz questão de acompanhar de perto a rotina dele. 
 
"Ele mudou a minha forma de ver o mundo. Me tornou uma pessoa mais humana e disposta a ajudar o próximo", afirma. Ele confessa que, antes de ter o filho, pensava que os portadores de síndrome de Down eram pessoas incapazes, embora não tivesse preconceito contra eles, ressalta. "Nicholas me abriu os horizontes, me mostrando exatamente o contrário. É uma criança  inteligente, observadora, sagaz, além de muito amorosa", descreve.O empresário começou a prestar serviço voluntário com crianças excepcionais. "Tem muita gente aí fora precisando de uma mão estendida e Nicholas veio justamente para me mostrar isso. Percebi que as pessoas têm necessidades, ritmos e percepções completamente diferentes e isso que torna o mundo interessante. Cada uma com seu perfil e suas particularidades".
 
 
G1

Redação

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