Os primeiros pacientes da fila dormem na calçada, deitados sobre pedaços de papelão, em frente ao Hospital Ophir Loyola. Algumas pessoas chegaram ainda durante à noite para tentar receber atendimento. A espera é conformada e triste. “Os companheiros estão aí desde cedo e a gente vai acompanhando”, diz o professor Judson Sousa.
A quantidade de pessoas aumenta na fila durante a madrugada. Idosos, crianças e pessoas em busca de uma consulta com especialistas e até pacientes com câncer precisam se organizar.
Outra fila se forma pouco tempo depois da abertura do ambulatório. Os pacientes amontoados reclamam da situação. “Eu venho desde o mês passado e não consigo. Fila, fila e não tem nenhum atendente. Começa a atender às 9hs ou 8hs aqui”, diz a dona de casa Joana D'Arque Assis.
O Hospital Ophir Loyola é referência no Pará em diagnóstico e tratamento de várias doenças, como o câncer. Muitos pacientes que buscam atendimento no local são do interior do estado.
A dona de casa Francisca Silva chegou de ambulância à capital para retomar o tratamento de câncer no útero. “Deu problema na máquina não sei se no Natal ou no ano que nos deixou e agora que eu venho fazer a quimioterapia e a rádio”, diz.
“Vamos conversar com o município e com o estado no sentido de encontrar alternativas que possam sistematizar os agendamentos sem que a pessoa precise estar presencialmente e dar condição de estudar alternativas para aumentar a capacidade desta oferta”, diz Vitor Mateus, diretor-geral do hospital.
A Secretaria de Saúde Pública do Pará informa que o estado tem três instituições especializadas no atendimento a pacientes com câncer e que está providenciando a ampliação da rede.
O órgão diz também que há dificuldades na hora de encontrar profissionais qualificados para trabalhar na área.
Fonte: G1