Cidades

Pacientes do Metropolitano percorrem mais de 700km e perdem a viagem (vídeo)

Imagine viajar quase 800 quilômetros de ônibus, chegar ao seu destino e descobrir que a viagem foi em vão. Isso foi o que aconteceu com uma professora de Alta Floresta (774 km de Cuiabá/MT), que veio para Várzea Grande com o objetivo de fazer uma endoscopia e broncoscopia, no Hospital Metropolitano.

Quando chegou ao local a professora foi informada que não seria possível realizar o procedimento, pois os médicos da unidade decretaram greve. “Agora vou voltar por que não tem previsão e não tenho como ficar aqui, mas é difícil andar 1.800 quilômetros de ônibus e não ser atendido. Acho que teria que divulgar isso para todo mundo”, reclamou.

Cerca de 50 profissionais que trabalham no Hospital Estadual Metropolitano de Várzea Grande paralisaram as atividades, nesta segunda-feira (16). Os funcionários alegam que não recebem os salários há quatro meses e que faltam medicamentos e materiais para realizar cirurgias. Com isso, todas as cirurgias eletivas, como bariátrica, ortopedia e geral, foram suspensas por tempo indeterminado. Somente os casos de urgência e emergência estão sendo atendidos.

A pedagoga Zilá dos Anjos Ferreira percorreu quase 300 quilômetros de Curvelândia à Várzea Grande e ficou indignada. Zilá está há seis meses com os ligamentos cruzados do joelho quebrados e esperava pelo procedimento há cerca de 30 dias.

A paciente conseguiu reagendar uma consulta com o ortopedista apenas para o dia nove de Maio. “Hoje eu passaria só pelo ortopedista para ele remarcar a cirurgia, mas não foi possível. Eu acho um descaso o governo deixar os médicos cinco meses sem receber”, reclamou a pedagoga.

Já o aposentado Aldo de Oliveira veio de Brasnorte (564 km de Cuiabá) para fazer uma avaliação nas pernas. Ele contou ao Circuito Mato Grosso que aguarda há quase um ano, para colocar uma prótese no joelho e há seis meses havia marcado uma consulta no Metropolitano.

“Hoje cheguei aqui e estão em greve, e agora vai ter que deixar a greve passar pra vir aqui agendar de novo a consulta”, disse Oliveira.

Outro lado

A Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT) informou à reportagem que ainda não foi notificada oficialmente, acerca da paralisação dos médicos. Ainda segundo a nota emitida pela SES/MT os pagamentos serão efetuados até a manhã desta terça-feira (17).

Veja a nota na íntegra

A Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT) informa que ainda não foi notificada oficialmente acerca da paralisação dos médicos do Hospital Metropolitano de Várzea Grande. Informa também, que o repasse mensal para o HM gira em torno dos R$ 2.700,00 e é oriundo da fonte 112 do governo federal. Salientamos que esses recursos requer tempo ser executados e destinados. Como não houve tempo hábil para isso, a área sistêmica da SES adotou um procedimento do sistema NEX, que consiste em empenhar os pagamentos dentro da programação. Um problema no sistema está dificultando a conclusão dos empenhos. A direção do Hospital bem como o corpo clínico esta ciente desse problema. Ainda de acordo com a área sistêmica da SES, até a manhã desta terça (17), os pagamentos para o Metropolitano de Várzea grande serão efetuados.

Assista a matéria em vídeo

 

Felipe Leonel

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