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Paciente que tinha suspeita de ebola recebe alta

Teve alta neste sábado (14) o paciente que tinha suspeita de infecção pelo vírus ebola, após o segundo exame apresentar resultado negativo – o primeiro também descartou o contágio. Os testes foram realizados pelo Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), seguindo a recomendação de protocolos internacionais e a informação foi publicada no site da Fiocruz.

Com isso, o caso foi descartado e será notificado à Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), segundo previsto no Regulamento Sanitário Internacional (RSI).

Após o resultado, o paciente foi liberado do isolamento, recebeu alta da internação e já deixou a Fiocruz, em Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O brasileiro de 46 anos continuará recebendo tratamento para malária em Minas Gerais.

O Ministério da Saúde comunicou a Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais sobre o resultado do exame e as 95 pessoas que tiveram contato com o paciente e estavam sendo acompanhadas já foram liberadas do monitoramento.

"O Ministério da Saúde ressalta que o Sistema Único de Saúde (SUS) adotou todos os procedimentos necessários para a interrupção de uma possível cadeia de transmissão do vírus, seguindo o Regulamento Sanitário Internacional. Cabe destacar que todas as medidas de vigilância para identificação de um possível caso suspeito serão mantidas. Qualquer pessoa que chegar da Guiné (África), único país com transmissão ativa do vírus ebola atualmente, e apresentar febre até 21 dias após a chegada ao Brasil, será considerada caso suspeito e ser isolada imediatamente para aplicação do protocolo internacional", diz o texto no site da Fiocruz.

Viagem da Guiné
O homem suspeito de ter contraído a doença chegou a Belo Horizonte no dia 6, vindo da Guiné. No domingo (8), começou a apresentar febre alta, dores musculares e dor de cabeça.  Na terça (10), foi diagnosticado com suspeita de infecção por ebola e começou a receber atendimento no Pronto Atendimento da Pampulha, em Belo Horizonte.

Desde então, foi posto em isolamento. Os profissionais que tiveram contato com o paciente também passaram a ser monitorados. 
A Secretaria de Saúde de Minas Gerais e o Ministério da Saúde foram informados. Como a Fiocruz é referência no tratamento de doenças infecciosas, o paciente foi transferido para o Rio em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), respeitando os protocolos de atendimento.

Infectologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edmilson Migowski explicou que o ebola é uma doença transmitida por vírus, por contato com o sangue da pessoa infectada. Por isso, a necessidade de isolamento e do protocolo especial de atendimento.

“É necessário esse cuidado porque, na África, por exemplo, onde os casos ocorreram, boa parte dos contaminados eram profissionais de saúde. Ou seja, quem mais se expõe tem maior risco. O ebola causa um quadro de dengue grave, inicialmente com febre, mal estar, dor no corpo e dor de cabeça. E depois começa a ter sinais de sangramento, comprometimento grave de fígado, pulmão e rim e leva ao que se chama de falência de múltiplos órgãos. A morte costuma ocorrer 15 dias após constatado o quadro clínico de ebola”, explicou o especialista.

Sintomas
Migowski diz ainda que os primeiros sintomas começam a surgir de 12 a 21 dias após o contato da pessoa com algum doente infectado.

“Pode ser que o paciente tenha tido contato com alguém doente neste período e os sintomas agora estão se manifestando. Por isso, é importante todos esse procedimento até que se descarte a completamente este diagnóstico”, disse o infectologista, acrescentando que taxa de letalidade da doença, varia entre 57% e 60%. Ou seja, de cada cem pacientes, 60 acabam morrendo.

O tratamento, segundo o especialista, se dá sob suporte: ingestão de líquido e oxigênio. Não há tratamento antiviral. Ou seja, é preciso isolamento e suporte para o paciente.

Fonte: G1

Redação

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