Nacional

Paciente de UTI que casou em hospital morre seis dias após cerimônia

Nascimento respirava com ajuda de aparelhos (Foto: Beto Monteiro/Divulgação)

Após seis dias de casado, o paciente Arion Rodrigues do Nascimento, de 40 anos, morreu na madrugada desta sexta-feira (17), por complicações no estado de saúde. O homem estava internado na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) do Hospital Geral de Palmas (HGP) há um ano e nove meses. Ele ficou tetraplégico e respirava com ajuda de aparelhos, depois de sofrer um acidente.

No último sábado (11) ele se casou em uma cerimônia religiosa dentro do HGP com a também paciente Maria da Penha dos Santos, 50 anos. Ela trata um câncer de pele há 20 anos na unidade. Os dois estavam juntos há 12 anos e têm uma filha de 11 anos, que foi dama de honra na cerimônia.

A decisão de realizar o casamento ocorreu depois que Nascimento teve um sonho, no qual Deus teria dito que ele morreria em breve, mas antes deveria se casar.

"Ele teve o sonho no início da semana e comunicou aos funcionários que se organizaram para fazer tudo o mais rápido possível, pois o quadro dele é gravíssimo. A qualquer momento ele pode morrer por uma parada cardíaca ou por falência dos órgãos. Além disso, o quadro depressivo dele se agravou após a sonho", conta a Maria.

Apesar da tristeza, Maria diz estar se sentindo com o dever cumprido. "Acompanhei ele o tempo todo e fiz até a última vontade. É triste, mas ele estava sofrendo muito, ele estava ciente de que ia morrer em breve. Pelo menos ele foi em paz, abençoado, como queria", diz.

Velório e enterro
O corpo de Nascimento será velado em Colmeia, cidade de origem da família, a partir das 17h. O enterro deve acontecer neste sábado (18), no cemitério do município, ainda sem horário definido.

Cerimônia
De acordo a diretora da Casa de Apoio Vera Lúcia, que acolhe pacientes e familiares do hospital, Alessandra Pereira de Lima, a união também seria realizada no civil, mas em função do agravamento do estado de saúde de Nascimento, só haverá celebração religiosa. "Os tramites para o casamento civil ainda iriam demorar 15 dias e ele preferiu não esperar."

Maria conta que recebeu a proposta com um misto de sentimentos. "Senti medo, fiquei preocupada, mas também feliz. Nós sempre tivemos o sonho de casar de uma maneira convencional, como todo mundo, mas Deus não quis assim", diz.

O casamento foi realizado na capela do HGP. Por causa da gravidade do paciente uma equipe com médico, enfermeiro e fisioterapeuta acompanhou tudo. Durante a cerimônia, os profissionais usaram uma técnica de respiração mecânica e manual, já que não havia como levar o equipamento usado pelo paciente até a capela.

O casamento foi organizado pela equipe do UCI em parceria com a Casa de Apoio. O casal ganhou um ensaio fotográfico profissional e vestido de noiva de uma estilista de Palmas.

Fonte: G1

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus