O Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou pior saldo de empregos para meses de outubro desde 1999, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Trabalho (MTE) nesta sexta-feira (14).
O saldo foi negativo em 30.283 vagas, resultado de 1.718.373 admissões e 1.748.656 demissões. No acumulado do ano foram criados 912.287 empregos.
Com relação a outubro de 2013, quando foram criados 94.893 empregos, o saldo caiu 68%.
Os dados referem-se ao saldo entre admissões e demissões sem ajuste, ou seja, sem as informações enviadas pelas empresas fora do prazo.
O saldo negativo do mês foi puxado pela perda de postos na construção civil (-33.556), agricultura (-19.624) e indústria de transformação (-11.849). Enquanto isso, comércio (32.771 postos) e serviços (2.433) tiveram saldo positivo.
Ministro culpa seca em SP e incertezas com eleições
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, em Salvador, onde os dados foram divulgados, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou que o resultado de outubro foi inesperado. Ele atribuiu o saldo negativo à estiagem em São Paulo e às incertezas geradas pelo período eleitoral.
"Foi inesperado. Tradicionalmente, quedas só são verificadas em dezembro, quando as demissões são mais fortes. O período eleitoral inibiu, muita gente deixou de fazer investimento para esperar passar a eleição. A seca em São Paulo também afetou negativamente o emprego", afirmou.
Governo fala em reduzir meta do ano
Com isso, o ministro estima que a geração total de emprego neste ano possa ficar abaixo da estimativa do ministério, de 1 milhão de vagas.
"É provável que tenhamos uma geração menor que um milhão de empregos este ano", disse.
Uol