La la land ao invés de Moonlight foi o auge da premiação do Oscar!
Não é de hoje que o prêmio mundial do cinema vem provocando surpresas. Em 1971, o ator George Scott recusou-o por achar que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas era um “mercado de carne”.
Em 1973, na revelação de Melhor Ator, Marlon Brando (1924-2004), por sua atuação em O Poderoso Chefão, rejeitou o prêmio a favor da inclusão dos índios norte-americanos nos filmes de Hollywood.
Em seu lugar compareceu Sacheen Littlefeather que leu uma parte do discurso de Brando. Se a jovem era descendente ou não de indígenas, isso não veio ao caso.
O que importou foi a reação do ator diante do tratamento atroz dado ao indígenas norte-americanos desde os primeiros contatos.
Marlon Brando, também famoso em Viva Zapata, Apocalypse now, O último tango em Paris, Cristóvão Colombo, Super-homem: o regresso, dentre outros, foi aclamado por Martin Scorsese como um marco na cinematografia: “Há o ‘antes de Brando’ e ‘depois de Brando’, proclamou o premiado cineasta. Considerado um dos maiores e mais influentes atores, em 1999 a revista ‘Time’ considerou o ator uma das 100 pessoas mais importantes do século XX.
Na noite do Oscar, o discurso não pôde ser lido na íntegra por Sacheen Littlefeather que o entregou aos jornalistas ao término da cerimônia. O ‘New York Times’, três dias depois, publicou o texto completo.
Nele, Marlon Brando expressou seus sentimentos diante das atrocidades praticadas com os indígenas e disse ser melhor se fosse a Wounded Knee do que estar presente à entrega do Oscar.
A história dos povos indígenas registra Wounded Knee como a última batalha das guerras indígenas. Um massacre de indígenas ocorrido em 1890, na Reserva Indígena Pine Ridge, do povo Dacota.
“Abaixem seus braços, meus amigos, e então nós permaneceremos juntos. Só se vocês deitarem os braços, meus amigos, poderemos então falar de paz e chegarmos a um acordo que será bom para vocês”. Quando os índios abaixaram os braços, foram assassinados, lembrou Marlon Brando.