Política

Orientação de Marcel de Cursi é “morrer negando”

O ex-secretário de Estado de Fazenda, Marcel De Cursi deu uma orientação ao colaborador Afonso Dalberto (ex-presidente da Intermat), quando esteve preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), para que "aguentasse a pressão", supostamente das interrogações e "morresse negando". Ele se referia às acusaçãos sobre a Operação Sodoma. A afirmação consta na  na decisão da juíza Selma Rosane da 7ª Vara Criminal.

De acordo com Rosane, isso indica a resistência de Marcel De Cursi e o firme propósito de impedir que a verdade venha à tona e que os fatos sejam elucidados relatou na decisão. 

De Cursi é acusado de fazer parte de uma suposta da organização criminosa liderada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Ele está preso no CCC desde o dia 15 de setembro quando foi deflagrada a Operação Sodoma.

Na denúncia, Marcel foi descrito como membro de importância capital para que os objetivos da organização criminosa fossem atingidos.

Em seu depoimento no Fórum de Cuiabá, no 31 de agosto, o ex-secretário negou o envolvimento no esquema ao ser indagado pela juíza quanto a participação de fazer com que aas ações realizadas pela organização fossem lícitas. 

Leia mais: “Fui destruído como pessoa e como profissional”, diz Marcel sobre acusações

WhatsApp

Em uma conversa por meio do aplicativo Whatsapp interceptada pelas investigações da Operação Sodoma, De Cursi conversa com o também ex-secretário Pedro Nadaf sobre o cerco policial. Tais mensagens relatadas na decisão da juíza Selma Rosane da 7ª Vara Criminal indicam que Nadaf pretendia se esconder caso alguma operação fosse deflagrada.

As conversas foram registradas dias antes da deflagração da Sodoma. Na conversa entre Marcel e Pedro Nadaf (ex-secretário da Casa Civil), ele o aconselha a sumir.

“MARCEL CURSI: Falei João por whataap (sic). Ele jura que é só depressão.

PEDRO NADAF: Mas N deixa de ir no Adv.

MARCEL CURSI: Na dúvida some hj e amanha”, relata trecho

Em seguida, Marcel conversa com o advogado Leonardo Cruz, se mostrando ansioso.

“MARCEL CURSI: Surgiu urgência preciso te ver adora. Desculpe.

LEONARDO: Preciso da sua serenidade e equilíbrio. Sei que não é fácil, mas vc esta assistido".

No dia seguinte, Marcel conversa com a esposa Manie de Almeida Claudio.

"MARCEL CURSE Ma. Bom dia. Aconteceu?

MARNIE: Não.

MARCEL CURSI: Vou voltar.

MARNIE: Ok

MARNIE: Bj"

E por fim o relatório aponta a conversa com o advogado novamente.

"MARCEL CURSI: Leo. Não aconteceu.

LEONARDO: poderia passar no esc?

MARCEL CURSI: Sim (…)"

De acordo com o documento que decide sobre prisões preventivas, a juíza analisa que os diálogos não indicam apenas a pretensão de se manter escondido, mas também o acesso a informações privilegiadas, por terem conhecimento que a qualquer momento fosse deflagrada a operação.

 

Redação

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