Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento Estadual de Trânsito do Estado de Mato Grosso (Sinetran-MT), Veneranda Acosta Fernandes, hoje o órgão trabalha com 31% do mínimo ideal do número de funcionários. Por conta do excesso de trabalho, muitos servidores já apresentam sérios problemas de saúde.
“É um absurdo o que está acontecendo dentro do Detran. A qualquer hora que você vir até aqui vai poder constatar a falta de condições de trabalho a que os funcionários têm que se submeter e, além disso, ainda têm de enfrentar a frustração dos contribuintes, que muitas vezes acham que os funcionários não querem atendê-los, sem saber que o que acontece na realidade é que não há mesmo condições de realizar um melhor atendimento”, pontuou.
A sindicalista se refere ao grande número de pessoas que esperam por um atendimento nos guichês todos os dias, em pé, já que o espaço, além de pequeno, não recebe manutenção e tem diversas cadeiras estragadas e imensas goteiras em dias de chuva.
Para o motoboy Alex Santos, o tratamento oferecido pelo Detran é inaceitável. “É ridículo isso aqui, a gente paga supercaro nos impostos, aí tem que passar o dia inteiro para ser atendido, esperando de pé. Isso quando eles não vêm com o papinho de que o sistema saiu do ar e você tem que voltar no outro dia”, declarou indignado.
Outro grande problema destacado pela sindicalista é que a atual sede não tem aparato para conter ou auxiliar a população e os funcionários no caso de incêndio. “Na verdade se o Detran pegar fogo hoje, pode causar uma tragédia”, alerta.
O caos no atendimento está por toda a parte do órgão. Na área de vistoria, a situação ainda consegue ser pior, já que as duas rampas que deveriam elevar os carros para serem feitas as análises estão quebradas. Segundo um funcionário que não quis se identificar, as vistorias hoje estão funcionando de maneira figurativa por conta da falta de equipamentos.
“Como você pode ver, os elevadores não funcionam, têm diversas lâmpadas aqui que estão queimadas, não há cadeira para os usuários esperarem. Não temos mão de obra suficiente para atender a demanda, então temos que fazer tudo o mais rápido possível. Então vistoriamos os itens básicos e dispensamos o carro. É difícil fazer isso, mas não tem como fazer milagres”, desabafou.
Segundo os usuários que esperavam na fila da vistoria, o preço pago pelos impostos nem de longe são de acordo com o atendimento. “Esta já é a terceira vez que venho até aqui, espero e no fim tenho que ir embora sem ser atendido. Na minha opinião, nem que este atendimento fosse de graça poderia ser tão ruim, sem falar que você tem que esperar no carro e se precisar ir ao banheiro, vai ter que enfrentar uma situação no mínimo constrangedora, porque este banheiro está sem condições de uso”, declarou o administrador de empresas Luiz Antônio Freitas.
Mayla Miranda – Da Redação
Fotos: Pedro Alves