Militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica participam da segunda fase da Missão Xavante nessa segunda-feira (3), em Mato Grosso. Eles seguiram para o município de São Félix do Araguaia, na divisa entre os estados do Mato Grosso e Tocantins. Cerca de 3,7 mil indígenas devem ser beneficiados.
Com o apoio aéreo de um helicóptero Super Cougar, do Exército Brasileiro, os profissionais farão atendimentos na Terra Indígena de Marãiwatsédé, distante 120 km de São Félix do Araguaia; em Santa Terezinha, a 130 Km; e em aldeias mais próximas, como Fontoura e Santa Izabel.
A ação conjunta dos Ministérios da Defesa, da Justiça e da Saúde para auxiliar os indígenas no combate ao novo coronavírus está em sua oitava edição e, nessa fase, tem a coordenação do Comando Conjunto do Planalto, em Brasília, Distrito Federal.
A concentração dos profissionais de saúde das Forças Armadas, oriundos de Organizações Militares do Rio de Janeiro (RJ), de Campo Grande (MS) e de Brasília, foi na ALA 1 (Base Aérea de Brasília).
De lá, os 15 militares, entre eles médicos clínicos gerais, pediatras, ginecologistas-obstetras, enfermeiros e técnicos de enfermagem embarcaram em uma aeronave C-97 Brasília, da Força Aérea Brasileira (FAB), rumo à base da missão, em São Felix do Araguaia.
Os militares apoiarão as equipes multidisciplinares de saúde da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) que atuam na área.
Além do atendimento médico especializado, realizarão testes rápidos naqueles que apresentarem sintomas compatíveis com a Covid-19 e passarão orientações sobre isolamento social e uso de equipamentos de proteção.
Para os atendimentos e para os postos da região, foi levada uma tonelada de insumos de saúde (medicamentos, EPI, testes), disponibilizados pelo Ministério da Saúde.
Os equipamentos e materiais serão usados de forma consciente e para evitar o contágio e a propagação do novo coronavírus na região. Os indígenas receberão kits com máscara e álcool em gel.
Segurança dos indígenas em primeiro lugar
Como regra básica, que já vem sendo adotada em todas as missões dessa natureza, foram seguidos rigorosos protocolos de saúde, visando a segurança das populações indígenas.
Os integrantes da missão realizaram, antes do embarque, todos os procedimentos necessários para comprovar a ausência de sinais e sintomas que possam sugerir a Covid-19, incluindo o exame molecular de RT-PCR negativo.
A partir do momento da coleta, eles entram em quarentena para evitar o contágio posterior. Além disso, antes do embarque, são realizados testes rápidos imunológicos (IgM e IgG) e inspeção sanitária, para comprovar a ausência de sinais e sintomas provocados pelo vírus.
Para as comunidades indígenas que serão atendidas nessa segunda fase da Missão Xavante, foram disponibilizadas pelo Ministério da Justiça, por meio da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), mil cestas com alimentação básica.
De acordo com o presidente da FUNAI, Marcelo Xavier, ao entregar cestas básicas, a Fundação garante a segurança alimentar dos indígenas e colabora para que eles permaneçam nas aldeias, o que ajuda a evitar o contágio pelo novo coronavírus.
Para o último dia da missão, está prevista uma Ação Cívico Social (ACISO) em benefício da população do município de São Felix do Araguaia, onde a missão está baseada.
Em função da extensa área de abrangência populacional e territorial, a missão Xavante, de apoio às comunidades indígenas daquela região do País, foi dividida em três fases. A próxima e última etapa será de 10 a 16 de agosto, na área do Polo Base Sangradouro, no estado de Mato Grosso.