DESTAQUE 1 Jurídico

Operação bloqueia R$ 78 milhões e mira esquema de sonegação no setor de combustíveis em MT

Um esquema de sonegação fiscal envolvendo empresas do setor de combustíveis foi alvo de uma nova fase da Operação Dívida Inflamável, deflagrada nesta sexta-feira (12) pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de Mato Grosso (Cira-MT). A ação, autorizada pelo Núcleo de Justiça 4.0 do Juiz das Garantias em Cuiabá, determinou o bloqueio de bens, valores, imóveis e veículos até o limite de R$ 78,9 milhões pertencentes à empresa investigada, suas filiais e pessoas físicas e jurídicas vinculadas ao grupo econômico.

A investigação é conduzida pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz-MT), que instaurou o inquérito a partir de requisição da 14ª Promotoria de Justiça da Ordem Tributária. O trabalho aponta que a empresa acumula inúmeras Certidões de Dívida Ativa e autuações por irregularidades como supressão deliberada de ICMS, omissão de operações, divergências de estoque, recolhimento a menor de ICMS-ST e reaproveitamento de documentos fiscais com informações falsas.

A Coordenadoria de Inteligência da Procuradoria-Geral do Estado (PGE-MT) identificou ainda um conjunto articulado de empresas e pessoas ligadas entre si por meio de administração comum, uso compartilhado de bens, endereços e veículos, além de movimentações internas de patrimônio e garantias cruzadas. Esse conjunto de indícios reforça a existência de um grupo econômico estruturado para ocultar patrimônio e manter operações irregulares.

Segundo o delegado Walter de Melo Fonseca Júnior, titular da Defaz, a operação demonstra o compromisso do Cira no enfrentamento a esquemas sofisticados de evasão fiscal. Ele destacou que, ao identificar grupos econômicos formados para burlar o recolhimento de tributos, as instituições têm o dever de agir de forma coordenada e rigorosa para impedir que o patrimônio seja dissipado.

O procurador Wilmer Cysne Prado e o promotor Washington Eduardo Borrére também ressaltaram a importância da atuação integrada entre PGE, Ministério Público e forças policiais. Segundo eles, o bloqueio dos bens é resultado de um trabalho minucioso de inteligência fiscal e patrimonial que busca proteger a concorrência leal e garantir que os recursos públicos desviados retornem ao Estado.

joaofreitas

About Author

Deixar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.