A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo a oferta de líquidos do Brasil em 2024, incluindo biocombustíveis, devido à produção menor do que o esperado nos últimos meses. Em relatório mensal divulgado nesta quarta-feira, 11, o cartel também observou a produção total de combustíveis líquidos brasileiros caiu 20 mil barris por dia (bpd) em outubro, a 4,1 milhões de bpd.
A Opep espera que a oferta de combustíveis líquidos do Brasil suba cerca de 15 mil bpd neste ano, para uma média de 4,2 milhões de bpd. O número representa corte de 15 mil bpd em relação as estimativas de novembro, devido a produção brasileira aquém do previsto nos últimos meses.
No entanto, para 2025, a instituição prevê um aumento do fornecimento brasileiro, por conta de uma expansão de produção em campos do país, embora limitado por questões técnicas e operacionais que podem atrasar o início da produção programada de algumas plataformas. O relatório projeta alta de 200 mil bpd na oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2025, a 4,4 milhões de bpd.
Somente a produção brasileira de petróleo bruto caiu 200 mil bpd em outubro, à média de 3,3 milhões de bpd. Segundo a Opep, a queda foi maior que o esperado e representa continuidade da performance fraca, com produção lenta em diversas plataformas offshore.
Para o primeiro trimestre de 2025, o cartel cita que a economia do Brasil, liderada pela forte atividade agrícola e industrial em meio à demanda saudável por viagens, deve sustentar o crescimento da demanda regional de petróleo da América Latina em 136 mil bpd ao ano, a uma média de 6,8 milhões de barris por dia.
PIB
A Opep elevou a perspectiva de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024, mas manteve a expectativa de 2025, no relatório mensal.
No relatório publicado em novembro, o cartel previa um crescimento de 2,9% para este ano e, em dezembro, aumentou a projeção para 3,1%.
A organização explica que o país continua a ter um crescimento robusto e espera que o ritmo seja sustentado, mas que a inflação é uma preocupação para o próximo ano.
“A economia do Brasil deve manter um forte impulso até o final deste, com base em seu robusto desempenho do terceiro trimestre de 2024”, cita o documento.
No entanto, a ausência de efeitos cíclicos de um “ponto de partida” alto no crescimento – como ocorreu entre 2023 e 2024 – devem moderar o desempenho no próximo ano, combinados com taxas de juros elevadas.