Internacional

ONU responsabiliza Israel por ataques a abrigos em Gaza

O secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, disse deplorar as mortes e destacou que as instalações da ONU deveriam ser "invioláveis".
O relatório também concluiu que três escolas foram usadas por militantes palestinos para armazenar armas e que, ao menos em duas ocasiões, elas foram usadas para realizar disparos.

O conflito durou 50 dias e deixou mais de 2.260 vítimas.
Ao menos 2.189 delas eram palestinas, incluindo 1.486 civis, de acordo com a ONU. Do lado israelense, 67 soldados e seis civis foram mortos.

Investigação independente

Em novembro, Ban Ki-moon havia anunciado que uma investigação independente analisaria os dez incidentes registrados em escolas administradas pela agência da ONU para refugiados palestinos, a UNRWA, entre 8 de julho e 26 de agosto de 2014.

Tanto Israel quanto o grupo militante Hamas, que domina Gaza, disseram que cooperariam com o levantamento, liderado pelo general alemão aposentado Patrick Cammaert.

O relatório completo da investigação, com 207 páginas, não será divulgado, mas a ONU publicou um resumo nesta segunda-feira.

Em um incidente, uma escola para meninas foi atingida por morteiros disparados pelo Exército de Israel. Outra instituição do mesmo tipo foi alvejada por munição usada contra tanques de guerra. Uma terceira escola foi atingida por um míssil.

Em uma quarta escola, diz o relatório, "nenhum alerta foi dado pelo governo israelense antes do disparo de projéteis de 155mm altamente explosivos contra a escola e área ao seu redor".

"É algo muito grave que as pessoas que buscavam proteção e abrigo nestes locais tenham tido suas esperanças e confiança violadas", disse Ban Ki-moon em uma carta que acompanha o resumo.

Perplexidade

Ele também manifestou perplexidade diante do fato de que grupos palestinos tenham colocado as escolas da ONU em risco ao usá-las para esconder armas.

O relatório concluiu que armas foram armazenadas em três escolas, apesar de elas não estarem sendo usadas como abrigos na ocasião. A investigação também indicou que militantes provavelmente realizaram disparos de duas delas, o que Ban Ki-moon considerou inaceitável.
"Instalações da ONU são invioláveis e deveriam ser locais seguros, especialmente em situações de conflito", ele alertou.

"Trabalharei com todos os envolvidos e não pouparei esforços para que isso não se repita."
Um porta-voz do ministério de Relações Exteriores israelense, Emmanuel Nahshon, alegou que "todos os incidentes atribuidos a Israel já foram alvo de análises aprofundadas, e investigações criminais foram iniciadas nos casos relevantes".

"Israel se esforça ao máximo para evitar danos a locais delicados, diante de grupos terroristas que estão comprometidos não só a ter civis israelenses como alvos, mas também a usar civis palestinos e instalações da ONU como escudos para suas atividades terroristas."
O Hamas e a Autoridade Palestina não comentaram o assunto.

Fonte: BBC BRASIL

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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