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ONG notifica mulher por tortura contra pombos no RJ

Pombal tinha cerca de três metros de altura e ficava na Fonte da Saudade, no bairro do Humaitá (Foto: Paulo Maia / ONG Sos Aves e Cia)

Representantes da ONG Sos Aves e Cia pretendem levar à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) denúncia contra uma moradora de Copacabana, na Zona Sul do Rio, por tortura e maus-tratos a pombos. Antes de formalizar a queixa à autoridade policial, a entidade vai notificar a mulher.

Segundo o presidente da ONG, Paulo Maia, a mulher captura as aves e depois arranca as asas e quebra o bico dos animais. Com isso, os animais não conseguem voar, comer e acabem morrendo de inanição.

“Ela chega, senta, tira o alicate da bolsa e começa a jogar a comida. Quando a ave se aproxima, ela pega, acaricia e depois pega o alicate e faz essa barbaridade. Ela já sai de casa, com alicate na bolsa, preparada para isso”, criticou Maia.

Ainda de acordo com o presidente da ONG, além do preconceito com o animal, o pombo não pode ser considerado uma praga.
“Para ser uma praga ele tem que ter uma doença original, como o barbeiro. O pombo não é vetor de uma doença. O que pode ser propagado pelo pombo é transmitido por outros vetores, como a salmonela, que pode ser transmitida se você não lavar bem a alface. Lamentavelmente isso está acontecendo é causado pela desinformação”, afirmou o presidente da ONG, ressaltando que diversas medidas podem ser tomadas para evitar a proliferação de pombos.

Através de denúncia, voluntários da Sos Aves e Cia descobriram que a mulher pratica os atos de tortura no calçadão de Copacabana, na altura do posto 6. Segundo Maia, a denúncia na DPMA deverá ser feita com base na Lei 9605/98. Se indiciada e condenada, ela pode pegar até um ano de cadeia.

"Primeiro nós vamos notificá-la. Caso ela demonstre arrependimento, por exemplo, não iremos formalizar a denúncia, mas iremos acompanhar o caso", destacou Maia.

Medida contra proliferação de pombos
Para evitar o aumento da população de pombos na cidade, Maia destaca que diversas medidas podem ser adotadas, inclusive a instalação de pombais. Segundo ele, em 2009 a Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Proteção e Defesa dos Animais, instalou um pombal no bairro do Humaitá, na Zona Sul do Rio. Em pouco tempo, foi possível observar a redução dos animais da região. Em 2012, o pombal foi retirado da região, segundo Maia, pela prefeitura.

“Era uma estrutura com cerca de três metros e com 80 casinhas. Diariamente um voluntário retirava as casinhas, os ovos e higienizava. Dessa forma, além de passar a viver em colônias, os pombos não procriam”, afirmou Maia, destacando que os pombos buscam outros lugares e a população de mil passou para cerca de 100 pombos em menos de três meses.

Ainda segundo ele, com o aumento do número de pombos, aumenta também o número de predadores da espécie que, no caso dos pombos, são os gaviões e as corujas.

“Para solucionar o problema basta ter boa vontade. O custo disso é zero”, afirmou o presidente da ONG, destacando que a ideia dos pombais seria ampliada para outros pontos da cidade.

No próprio site da Prefeitura do Rio, a subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses cita o uso de pombais de reprodução controlada como um dos métodos para evitar a proliferação de pombos. A página ainda adverte para doenças transmitidas por meio de fezes e dejetos desses animais, como a salmonela, clamidiose, histoplasmose, dermatites e alergias.

Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da Secretaria de Conservação alegou que não solicita a retirada de equipamentos que não foram implantados por ela, apenas atende a demandas de outros órgãos da prefeitura. O G1 entrou em contato com a Secretaria de Proteção e Defesa dos Animais (Sepda) para saber o motivo da retirada do pombal e até a publicação dessa reportagem não havia obtido retorno.

Fonte: G1

Redação

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