Cidades

ONG do Rio ensina irlandeses a usar o boxe como ferramenta de inclusão social

 
Para manter jovens afastados do crime organizado, a ONG usa o boxe como ferramenta de desenvolvimento pessoal. De acordo com o inglês Luke Dowdney, ex-lutador e fundador da Luta pela Paz, as instituições que participam do programa são ensinadas a adaptar, para suas realidades, o que aprenderam durante os treinamentos.
 
“Achamos que seria melhor encontrar essas organizações locais e que já estavam desenvolvendo um trabalho social, para oferecer apoio e ensinar nossa metodologia. Após o fim do treinamento, acompanhamos durante um ano o que vem sendo aplicado nessas ONGs. Ensinamos uma série de valores e princípios que nós aprendemos em toda área holística do nosso trabalho e ensinamos [isso] com exemplos de como fizemos ou fazemos aqui na Maré e na nossa outra academia em Londres”, explicou Dowdney.
 
Ao todo, 79 fundações de 22 países, entre eles, Serra Leoa, África do Sul, Peru e Egito, já passaram pelo treinamento. Segundo o criador da Luta pela Paz, as 11 entidades que participam do treinamento agora foram selecionados entre 18 em visita à Irlanda do Norte há três meses.
 
“Essas são organizações que trabalham com jovens em comunidades com histórico muito longo de violência armada entre grupos sociopolíticos. Realmente é uma história longa e sangrenta. Trabalhamos com instituições que focam na questão de juventude e vivência em comunidades que até agora sofrem com conflitos.”
 
Os representantes que vêm ao Rio conhecer o trabalho desenvolvido pela Luta pela Paz podem constatar a transformação social que o boxe proporciona aos jovens moradores de áreas de risco.
 
“Procuramos centros comunitários que estão dando o boxe como arte marcial, mas que também querem ter um projeto mais holístico usando educação, ou organizações que já tenham um trabalho mais tradicional ligado à juventude e querem implementar o boxe como outra linha de trabalho para complementar o que eles já fazem”, disse Luke Dowdney.
 
A ONG Luta pela Paz foi criada em 2000 para apoiar jovens de vulnerabilidade social por meio das artes marciais combinadas com educação, empregabilidade e valores sociais. Ao todo, 2,5 mil pessoas são atendidas pelas academias mantidas pela instituição em Londres e no Complexo da Maré.
 
AGência Brasil

Redação

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