Política

Onda pró-Bolsonaro emplacou o PSL em Mato Grosso, mas resultado é visto como ‘bolha’

A onda pró-Bolsonaro rendeu resultados expressivos para o PSL em Mato Grosso. A sigla estreia na Assembleia Legislativa com dois representantes, sendo melhor deles o melhor colocado, infiltrando-se entre nomes de peso de reeleitos. O resultado, no entanto, é avaliado como “bolha” no cenário político.

Nos cargos federais, o partido teve os primeiro resultados. Nelson Barbudo conseguiu cadeira para a Câmara dos Deputados como o candidato mais votado. Ele teve 126.249 votos (8,52%), mais de 43 mil acima do segundo colocado, mas não o suficiente para puxar a reeleição de Victório Galli, diretório do PSL em Mato Grosso.

 O senador José Medeiros (PODE) foi eleito em segundo lugar com 82.528 votos (5,57%), lembrando que se deu bem também com associação de sua campanha a Jair Bolsonaro.

A surpresa Selma Arruda, que nas campanhas apareceu na oscilação entre as segunda e terceira posições, inverteu o cenário e tomou o lugar de Jayme Campos (DEM), que, desde o início da campanha, apareceu em primeiro lugar com larga diferença. A diferença de votos entre eles ficou próximo a 200 mil registros. A juíza aposentada teve 678.542 (24,65%) e Campos, 490.699 (17,82%).

Para a Assembleia Legislativa foram eleitos delegado Claudinei, com 29.988 (1,98%), o quinto melhor resultado, e Silvio Favero. Ele teve 12.059 votos. Não o suficiente para eleição em nome próprio, mas foi puxado para uma das 24 pela participação no voto em legenda.

Em tese, eles estão no páreo com outros cinco partidos tradicionais que também elegeram dois candidatos para mandato. O MDB, com três eleitos, tem o maior número.

Na votação à Presidência, Jair Bolsonaro recebeu 60,04% do total dos 2,3 milhões de eleitores. Fernando Haddad (PT) recebeu 24,76%; Ciro Gomes (PDT), 5,59%; e Geraldo Alckmin (PSDB), 4,33%.

 “Mato Grosso é um Estado conservador, sempre foi. Não vê que haja acentuação para a direita. O resultado do PSL é uma bolha, que corre o risco de ser engolida por sistema”, comenta o analista político Onofre Ribeiro.

Ele afirma que o resultado expressivo do PSL em Mato Grosso por motivos que influenciaram o popularidade de Bolsonaro, mas, ao contrário da análise nacional que aponta para inclinação à esquerda, essa mudança não caberia em Mato Grosso.

“A bolha do PSL foi tanto pelo sentimento antipetista no país quanto pelo discurso pragmático do candidato Jair Bolsonaro. Aqui em Mato Grosso, historicamente, a tendência que se confirma é para questões práticas. Até quando a esquerda teve resultado expressivo, foi porque houve discurso ligado à estabilidade da vida”.

Conforme o TRE-MT (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso), o PSL teve 16.469 votos, número abaixo somente aos de duas chapas.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões