Opinião

OLHAR INDÍGENA

No Centro Histórico deCuiabá, na Praça da República, no Museu Histórico de Mato Grosso, acontecerá de 17 a 30 de abril a exposição “Olhar Indígena”. O evento oferecerá uma exposição com trabalhos do artista plástico Elias de Paula, do fotógrafo Banavita e dadesign Alice Serpa. 

Destinado ao público infantil, o Museu Histórico de Mato Grosso reservará uma programação muito especial – a Oficina Lúdica. À frente da proposta estará o Ninho Infantil, do Ninho Produção Criativa,que sob a criação e ofício da artesã Suellen Lima, orientará crianças na confecção de máscaras inspiradas nos povos indígenas. Lá as crianças passarão a saber que nem  todos os povos indígenas que atualmente habitam o território brasileiro têm a máscara como indumentária ritual de dança. São possuídores de máscaras os povos Bakairi, Chiquitano, Javaé, Kamayurá, Karajá, Kaxinawa, Kayapó, Mehinaku, Pankararú, Tapirapé, Tukuna, Timbira, Wauana-Aparai, Waurá, Xavante, Xerente, Xikrin, dentre outros. Toda máscara deve ser interpretada dentro de uma fundamentação social, econômica, política e religiosa, vinculada à cosmogonia do povo possuidor.

Durante a Oficina Lúdica, no processo de confecção das máscaras, as crianças entrarão no mundo indígena, a ouvir na voz da artesã Suellen Lima incríveis histórias (ou “estórias”, como gostava de escrever o historiador-folclorista Rubens de Mendonça), em que o profano e o sobrenatural se unem numa única narrativa. Com entrada franca, de 17 a 24 de abril, a Oficina Lúdica estará à espera de crianças e seus pais, das 19h às 22h, enquanto estará acontecendo o tradicional sarau.

A comemorar o mês dos povos indígenas, que tem o dia 19 de abril como data comemorativa instituída por Getúlio Vargas pelo Decreto-Lei 5.540, de 02.06.1943, sem dúvida será um verdadeiro “Programa de Índio”. Ao contrário do que prega a expressão, com significado predominantemente negativo, o evento preencherá com riqueza o vácuo da data, de pouca expressividade nas instituições educacionais e culturais do Estado. 

Anna Maria Ribeiro Costa

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Anna é doutora em História, etnógrafa e filatelista e semanalmente escreve a coluna Terra Brasilis no Circuito Mato Grosso.

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