Mundo Tecnológico

Oferta de celular 4G no Brasil cresce, mas rede e preço são desafios

 
Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o número de modelos 4G homologados pela agência passou de 11, em abril, quando foi iniciada a oferta no país, para 31 no início de outubro.
 
Somente as operadoras Claro e Vivo pretendem lançar até o fim do ano mais 14 modelos de smartphones com a tecnologia 4G, informaram as operadoras à Reuters.
 
Em abril, a Claro tinha quatro smartphones 4G em seu portfolio, número que hoje está em 17. Até o fim do ano, mais sete modelos devem ser lançados, informou a empresa.
 
Já a Vivo comercializa 12 modelos de smartphones com conexão 4G, e também pretende lançar nos próximos meses sete novos modelos.
 
Apesar do aumento da oferta, o número de usuários do 4G continua baixo na comparação com o total de usuários de Internet móvel no país. Segundo dados da Anatel de agosto, a banda larga móvel totalizava 85,31 milhões de acessos, dos quais apenas 398,62 mil vinham de terminais 4G.
 
Um dos principais desafios para a ampliação da base de clientes ainda é o elevado preço dos smartphones adaptados à tecnologia, disse o analista de mercado do IDC, Leonardo Munin, ressalvando que o cenário está mudando gradualmente.
 
"Os produtos que têm essa disponibilidade são caros, mas a diminuição do preço está começando a acontecer", disse Munin, lembrando que há seis meses não havia aparelhos 4G disponíveis no mercado por 1 mil reais, como é o caso hoje do Nokia Lumia M.
 
Os preços variam dependendo do plano do cliente, mas no pré-pago da Claro, por exemplo, celulares 4G como o Moto X chegam a custar 2,399 mil reais. Entre os celulares inteligentes com tecnologia 3G, a oferta de smartphones mais baratos é maior, com modelos disponíveis por 599 reais, como o Samsung Galaxy Trend. A Vivo não informou o preço de seus smartphones 4G. Procuradas, TIM e Oi não se pronunciaram.
 
"Assim como ocorreu com outras tecnologias, a massificação do serviço tende a reduzir os níveis de preço, sem que seja possível estipular prazos", disse a Vivo em comunicado enviado à Reuters.
 
Falta rede
 
Na opinião do gerente de produto da Motorola, Renato Arade, não é apenas o preço dos aparelhos o desafio para o crescimento do 4G, mas também a ampliação da infraestrutura de rede por todo o país.
 
"Hoje temos produtos com suporte para 4G, mas no Brasil, somente nas maiores cidades o usuário consegue ter o benefício", disse o executivo. "Com uma abrangência maior no país, pode haver demanda maior e posicionamento de preços diferente", declarou.
 
O executivo não descarta, porém, a possibilidade de nos próximos anos, com a evolução tecnológica e aumento da demanda, o custo dos aparelhos cair.
 
Munin, do IDC, é da mesma opinião, e acredita que no ano que vem a procura será maior. "Esse mercado deve começar a crescer forte mesmo lá pela metade de 2014. A Copa vai alavancar, e a infraestrutura vai melhorar até lá", disse.
 
As quatro principais operadoras do país disseram em agosto estar adiantadas no cumprimento da meta da Anatel de cobrir com rede 4G as cidades-sedes e subsedes da Copa do Mundo até 31 de dezembro.
 
Porém dificilmente as operadoras atingirão neste ano projeção de 4 milhões de usuários 4G divulgada pela Anatel, segundo empresas do setor.
 
No final de agosto, a agência afirmou que considerava antecipar metas de universalização dos serviços de telefonia 3G e 4G no Brasil. A meta para o 3G, definida atualmente para 2017, pode ser encurtada em um ou dois anos, enquanto a do 4G, de 2019, pode ser antecipada em um ano.
 
O governo leiloou frequências de 2,5 GHz para uso pela telefonia 4G no ano passado e deve fazer novo leilão envolvendo a faixa de 700 MHz, mais comum no mundo para a operação da tecnologia, no começo de 2014.
 
Do UOL

Redação

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