Política

Odebrecht afirma que contratos com empresa de Kuczynski são legais

A construtora brasileira Odebrecht afirmou que os pagamentos feitos à empresa Westfield Capital, do atual presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, conhecido como PPK, por consultorias feitas quando ele era ministro, foram legais e gerenciados com o então administrador dessa sociedade, o chileno Gerardo Sepúlveda.

Em carta publicada neste sábado (16) pelo jornal "La República", a Odebrecht respaldou as explicações dadas por Kuczynski na última quinta-feira em mensagem à nação, depois que a empresa revelou que pagou mais de US$ 782 mil à Westfield Capital por consultorias entre 2004 e 2007, período em que Kuczynski era ministro no governo peruano.

Em sua carta, a Odebrecht destacou que as informações dos pagamentos feitos à empresa de Kuczynski não foram fornecidas à Procuradoria porque o acordo de delação premiada é atrelado unicamente a atos ilícitos.

A companhia alegou que atendeu à solicitação de entregar a lista de pagamentos à comissão parlamentar que investiga o braço peruano da Lava Jato porque não estão sujeitos a reserva, ao não ser parte do acordo da Odebrecht com as procuradorias de Peru e Brasil.

O grupo investigador do Congresso também apontou que a Odebrecht indicou que entre 2005 e 2013 foram feitos pagamentos por serviços de assessoria à empresa First Capital, do empresário Sepúlveda, de mais de US$ 4 milhões.

"Os serviços de assessoria e estruturação financeira oferecidos por First Capital e Westfield Capital correspondem a serviços efetivamente prestados a empresas da Odebrecht, e foram devidamente pagos e contabilizados oficialmente", afirmou a construtora brasileira.

"A contratação de tais serviços foi gerenciada exclusivamente pelo senhor Gerardo Sepúlveda", acrescentou.

Moção contra Kuczynski

Até então, o presidente tinha negado qualquer vínculo com a empreiteira, por isso o Congresso, dominado amplamente pela oposição, considera que Kuczynski "faltou com a verdade" e, na próxima quinta-feira (21),votará uma moção para destitui-lo da Presidência por "incapacidade moral permanente".

Esse procedimento é contemplado na Constituição peruana para inabilitar o chefe de Estado por fatos extraordinários sem que necessariamente incorra em crimes, e já foi utilizado quando o ex-presidente Alberto Fujimori, hoje preso, quis renunciar por fax quando estava no Japão em 2000.

O caso Odebrecht, o maior escândalo de corrupção da América Latina, afeta quase todo o primeiro escalão da política do Peru pelas milionárias propinas pagas pela construtora entre 2005 e 2014 para obter grandes contratos em obras públicas, além de financiar as campanhas eleitorais dos principais candidatos.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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