Cidades

Obras sem operários e segue abandonada

Anunciado em agosto de 2013 como mais uma das obras para a Copa do Mundo, a revitalização da orla do Porto entra na lista dos grandes transtornos da Capital. Prometida para ser entregue em junho de 2014, dias antes do Mundial, o local ainda se encontra com a aparência ‘bombardeada’, má sinalização e poeira por todos os lados. Embora a má fama recaia sobre a gestão de Silval Barbosa (PMDB), quem assina a obra é a Prefeitura de Cuiabá, comandada por Mauro Mendes (PSB).

Crítico assíduo do ex-governador, Mauro Mendes aparentemente segue os mesmos passos de Silval. Curiosamente, após os escândalos das obras, o prefeito saiu ‘ileso’ das críticas diante de tantos transtornos encontrados na cidade, apesar de ter a sua parcela de culpa.

Um dos bairros mais antigos da Capital, o Porto sofre com o descaso por parte das autoridades públicas. Local que abriga diversos cartões-postais, como o Aquário Municipal e o Museu do Rio, a região, hoje, é lembrada pela violência e adversidades devido às inúmeras obras sem planejamento ou fim.

Trabalhadores da região se encontram exaustos em consequência das obras que, até o momento, não têm previsão de término. A camelô Gilma de França Ferreira disse que o fluxo de clientes no Centro Comercial, localizado próximo à orla, diminuiu drasticamente. Ela ainda reclamou que a poeira já estragou diversos produtos de sua banca.

“Está muito ruim ficar por aqui. Os nossos clientes têm dificuldades de acesso ao estabelecimento e pararam de vir pra cá. Creio que diminuiu algo em torno de 70% a clientela desde que essas obras começaram. Fora que essa poeira às vezes estraga alguns produtos meus e a gente sempre tem que ficar cuidando, limpando tudo toda hora”, disse ela.

Gilma ainda falou sobre a falta de segurança na região desde que as obras começaram. Ela explica que diversas pessoas consideradas suspeitas rondam a região sem problemas, pelo fato de a polícia não passar tanto no local. “Para mim, essas obras são as culpadas de tudo. Não tem como nem uma viatura passar por ali, porque está tudo impedido. Daí o pessoal aproveita para roubar. Diversos amigos já foram assaltados nas proximidades, quando tentam pegar ônibus na praça”, completa ela, referindo-se à Praça Luís de Albuquerque.

A comerciante Leticia Karolina, que trabalha na Feira do Porto, também se sente lesada em razão das obras.  Ela disse que todos os trabalhadores do estabelecimento já reclamaram e pouco foi melhorado. A feirante ainda denuncia que diversas pessoas já sofreram retaliações por parte da prefeitura todas as vezes que procuraram a imprensa para relatar problemas no local.

“Nossas frutas perdem a qualidade por conta dessa poeira toda, clientes não vêm pra cá porque não sabem o caminho de volta por causa desses desvios. E sempre quando a gente reclama, eles vêm aqui, falam para que nós não façamos isso novamente, e fazem algo para dificultar as coisas. Como num dia, em que reclamamos para a TV que os ventiladores estavam com problema, eles enviaram fiscais para tirar toda a nossa mercadoria do corredor, sendo que ela sempre ficava posicionada nesse lugar”.

Já a senhora Temakawa, de 73 anos, disse que frequenta a localidade há 30 anos. Ela, que tem um banca de condimentos na feira, disse que nunca viu a região tão abandonada como se encontra nos últimos tempos.

“A intenção foi boa, mas está aí tudo muito devagar. É muito ruim andar por aqui e pegar ônibus. Sempre tem chão quebrado, pedra pra tudo quanto é lado, e eu tenho dificuldade de caminhar. Mas fazer o quê? Esse lugar nunca esteve tão feio como hoje”, disse ela que pega ônibus todos os dias para o Coxipó, lugar onde mora.

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Noelisa Andreola

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