Com capacidade prevista de 290 leitos, o Hospital Central de Mato Grosso deve ser entregue em dois anos. A obra da unidade hospitalar, que fica no Centro Político Administrativo (CPA), em Cuiabá, encontra-se inacabada desde 1984. Agora, a promessa é de que os serviços sejam retomados pelo Governo do Estado em 2020. A construção está estimada em R$ 135 milhões e deverá ser executada com recursos oriundos das ações de combate à corrupção, realizadas pelo Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT).
De acordo com o secretário de Estado de Saúde (Ses), Gilberto Figueiredo, a equipe do órgão estadual está focada no desenvolvimento do projeto desde março deste ano. "O objetivo é oferecer uma estrutura moderna e que atenda a alta complexidade em Mato Grosso", disse. A previsão é de que o edital de licitação seja lançado em janeiro de 2020 e, assim que ocorrer a assinatura do contrato, o início da obra será imediato.
Por meio da assessoria de imprensa, Gilberto Figueiredo informou que existem nove mil metros quadrados de paredes levantadas que serão reaproveitados, com readequações e correções das ineficiências que o parecer técnico apresentou. "A parte que já está levantada será voltada para a enfermaria. Além disso, vamos construir 23 mil metros quadrados. Isso mostra que se trata de um novo hospital. A decisão de manter o nome tem como base a historicidade da instituição, assim como fizemos no Hospital Estadual Santa Casa", disse.
O secretário reforça que a iniciativa de retomar as obras do Hospital Central começou em março deste ano. À época, o secretário Gilberto convidou o governador Mauro Mendes e equipe técnica para visitarem o local com o objetivo de sensibilizá-los para que o local atendesse ao gargalo da alta complexidade.
"Nosso propósito é de finalizar o Hospital Central e tenho convicção de que isso vai acontecer. E a convicção parte do princípio que estamos com o projeto 100% pronto. Lançando o edital de licitação em janeiro, até abril devemos ter o julgamento da empresa escolhida e, 24 meses após a assinatura, a conclusão do hospital será entregue à população", afirma o titular da Saúde de Mato Grosso.
Conforme dados da Ses, Mato Grosso possui uma demanda reprimida de pelo menos 65 mil procedimentos. "Precisamos e vamos mudar este cenário", destaca Figueiredo. Com o hospital, a Ses visa também minimizar os problemas com o déficit de leitos da alta complexidade, os altos custos com o serviço de tratamento fora do Domicílio (TFD) e, ainda, a judicialização da Saúde.
Questionado sobre a garantia em finalizar uma obra parada há quase quatro décadas, Figueiredo afirma que tem foco em resultados, assim como o governador Mauro Mendes. Ele enumera alguns desses resultados, como a adimplência do Estado para com os repasses aos municípios, o resgate dos hospitais das Organizações Sociais de Saúde (OSS) e, ainda, a entrega em 60 dias do Hospital Estadual Santa Casa, que antes era administrado pelo município e enfrentou graves problemas de gestão.
Figueiredo informou ainda que as fontes disponíveis para construção do hospital são várias. “Uma delas é o acordo que o governador Mauro Mendes fez com o Ministério Público, e que é altamente impactante. Os recursos serão suficientes. E ainda temos uma carta da manga, que seria demandar ajuda do Ministério da Saúde".
PROJETO – De acordo com o projeto apresentado pela Ses-MT, o Hospital Central terá aproximadamente 32 mil metros quadrados de área total construída, sendo 9 mil da estrutura antiga e 23 mil de ampliação. O Hospital Central terá nove salas cirúrgicas e ainda contará com 60 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 36 leitos da Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), 21 leitos de Pronto Atendimento, 44 leitos de retaguarda e 129 leitos de enfermaria; um total de 290 leitos voltados para o atendimento de toda a população mato-grossense. Dentre as especialidades previstas estão a cardiologia, neurologia, vascular, ortopedia, otorrinolaringologia, urologia, ginecologia, infectologia e cirurgia geral.