O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou nesta sexta-feira (24) ao Quênia, em sua primeira visita ao país de seu pais desde que foi eleito.
O avião oficial Air Force One tocou em terra no aeroporto internacional de Nairóbi, dando início a uma visita em que assistirá a uma cúpula de negócios e manterá discussões sobre comércio. Obama foi recebido por seu colega Uhuru Kenyatta e por uma menininha que ofereceu um ramo de flores ao visitante.
De acordo com a agência Reuters, Obama foi para seu hotel, onde jantou com alguns de seus familiares que ainda vivem no Quênia.
Durante sua visita, o presidente americano Barack Obama conversará com Uhuru Kenyatta sobre temas econômicos, luta contra o terrorismo, democracia e respeito aos direitos humanos.
"A África é um lugar com um dinamismo incrível, onde se encontram alguns dos mercados que mais crescem no mundo, gente extraordinária, de uma resiliência extraordinária", declarou Obama, antes de iniciar sua viagem.
O presidente também irá à capital da Etiópia e fará uma visita à sede da União Africana (UA). De Nairóbi, Obama segue para o Vale do Rift, ao norte, até a capital etíope Adis Abeba.
Desde que assumiu o cargo, Obama já foi quatro vezes à África, mas nunca ao Quênia oficialmente.
O pai de Barack Obama nasceu no oeste do Quênia, em uma cidade perto da linha do Equador e do lago Vitória. Economista, abandonou a família quando o filho tinha apenas dois anos e faleceu em um acidente de carro em Nairóbi, em 1982, aos 46.
O pai de Obama foi economista do governo do pai de Uhuru Kenyatta, Jomo, que presidiu o país por 14 anos, da independência do Quênia até sua morte, em 1978.
Como os dois não se entendiam, o pai de Kenyatta destituiu Barack Obama (pai), relegando-o a um ostracismo que teria contribuído para seu alcoolismo.
Quando era jovem, e o Quênia lutava por sua independência, Obama pai conseguiu uma bolsa para estudar no Havaí, onde conheceu e se casou pela segunda vez com a mãe do futuro presidente americano, Ann Dunham.
O casamento não durou e eles se separaram após o nascimento do filho, com quem esteve apenas uma vez, quando ele tinha 10 anos, no Havaí.
O "retorno ao país", por parte de Obama, foi durante muito tempo adiado pela acusação contra o presidente Uhuru Kenyatta, pelo Tribunal Penal Internacional, por crimes contra a humanidade.
A denúncia diz respeito ao seu suposto envolvimento nos violentos atos pós-eleitorais entre o final de 2007 e o início de 2008. O caso foi abandonado em dezembro de 2014.
Blindagem
As autoridades americanas e quenianas reforçaram a segurança em Nairóbi, um país traumatizado pelos massacres dos shebab.
"O presidente americano é um alvo de muita importância, então um atentado, ou inclusive uma tentativa, permitiria aos shebab ocupar o centro do palco", alerta Richard Tutah, especialista em segurança que vive em Nairóbi, à agência France Presse.
Centenas de agentes do Serviço Secreto, a agência encarregada da segurança de Obama, chegaram ao Quênia nas últimas semanas e, segundo a imprensa local, inspecionaram três hotéis da capital, o Sankara, o Villa Rosa Kempinski e o Intercontinental.
Nesta semana, um Osprey – uma aeronave projetada como um cruzamento entre um helicóptero e um avião -, que costuma estar estacionada na base militar americana no Djibuti, sobrevoou Nairóbi junto a um helicóptero branco com o selo do presidente dos Estados Unidos.
"O nível de segurança é asfixiante", conta o analista Abdulahi Halaje, especialista em temas de segurança na região.
Fonte: G1