Opinião

O sexismo relacionado à roupa das mulheres

Algo que já não é novidade acabou se repetindo, como tem acontecido sistematicamente em várias esferas da sociedade: mulheres sendo criticadas pelas roupas que vestem. Nesse caso, estamos falando da seleção norueguesa de handebol de praia, que durante um jogo recente no campeonato europeu, recebeu uma multa de 1.500 euros (aproximadamente R$9.200) por conta da roupa que decidiu vestir.

O caso da seleção norueguesa de handebol de praia

Durante uma disputa pela medalha de bronze em uma partida do campeonato europeu na Bulgária, a Federação Europeia de Handebol (European Handball Federation, EHF) aplicou uma multa de 150 euros por jogadora para lidar com “um caso de vestimenta imprópria”. Em vez de usarem os biquínis, as jogadoras decidiram ter shorts como uniforme. Por conta disso, o comunicado feito pela EHF dizia que as norueguesas “não estavam de acordo com os Regulamentos de Uniforme de Atletas definidos nas Regras de Jogo do Handebol de Praia da EHF”.

Não podemos esquecer que o esporte, seja ele o handebol ou o futebol, que é mais popular aqui no Brasil, tem o objetivo de alegrar os atletas e fãs, que se divertem enquanto assistem e palpitam nos melhores sites de apostas. Porém, a seleção norueguesa de handebol de praia não estava tão feliz assim. A sua decisão de trocar o biquini pelos shorts se deu principalmente por conta do conforto da vestimenta e da inconformação com as regras antiquadas de uma tradição sexista. Afinal, diferentemente da seleção masculina, que usa bermudas e regatas, o biquíni é uma peça incômoda e que expõe o corpo das mulheres durante as partidas – o que pode causar ainda mais desconforto.

Depois da repercussão, as jogadoras receberam vários elogios. O ministro dos esportes da Noruega disse que a multa foi “completamente ridícula”, enquanto a federação norueguesa publicou no Twitter que estava orgulhosa das atletas: “Nós, da NHF, apoiamos vocês. Juntos, continuaremos a lutar para mudar as regras do vestuário, para que as jogadoras possam jogar com as roupas com as quais se sentem confortáveis”.

Artistas também apoiaram a seleção, como a Pink, que se ofereceu até mesmo para pagar a multa: "Estou muito orgulhosa da equipe feminina de handebol da Noruega por protestar contra as regras muitos sexistas sobre seu 'uniforme'…A Federação Europeia de Handebol deveria ser multada por sexismo. Muito bem, garotas. Ficarei feliz em pagar a multa para vocês. Continuem assim", escreveu a cantora pop.

Não é só no esporte

A sociedade tem crenças de como uma mulher deve se portar, o que deve fazer, como deve agir e o que deve vestir – principalmente a brasileira, que ainda carrega uma tradição machista. Por isso, a crítica à escolha das mulheres, ainda mais quando o assunto são roupas, não é nada incomum.

Uma queixa natural aqui no Brasil é a obrigatoriedade de usarmos maquiagem e saltos altos no ambiente de trabalho – independentemente da profissão. Algo que era para ser uma opção acaba se tornando requisito básico para um emprego. Já na escola, meninas e adolescentes precisam lidar com o sexismo relativo às roupas desde cedo.

Nos Estados Unidos, por exemplo, garotas podem ser mandadas para casa a depender da roupa com que vão à escola. Um caso de 2018 foi o de Kate Wilson, jovem de 16 anos que foi à escola com uma calça legging e blusão. Ela foi acusada de deixar o professor desconfortável e precisou voltar para casa.

Os desfiles de Misses também causam muita polêmica, principalmente lá fora. Porém, nos últimos anos, muitos concursos de beleza eliminaram a obrigatoriedade do desfile em trajes de banho. No fim, o ideal seria cada mulher escolher vestir o que quiser – e no caso dos esportes onde há regras necessárias, uma alternativa é deixar que mulheres as criem.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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