Nos últimos dias, viralizou nas redes sociais um vídeo que mostra um rapaz cortando com um facão as patas de um cavalo que estava no chão, imóvel. A cena, ocorrida na cidade paulista de Bananal no último sábado, 16, gerou muita revolta. A polícia investiga o caso. A Lei de Crimes Ambientais prevê pena de até um ano de prisão por maus-tratos a animais.
Celebridades como Ana Castela e Paolla Oliveira usaram as redes sociais para manifestar revolta com o caso. A ativista do Direito dos animais Luisa Mell também denunciou a violência.
Veja a seguir o que se sabe sobre o caso:
O que aconteceu?
No último sábado, dois amigos que moram em Bananal saíram para passear com cavalos. Dalton Oliveira montava um cavalo com pelos escuros e Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, estava com um cavalo com pelos mais claros, que ele montava pela primeira vez. Os dois percorreram quase 15 quilômetros na zona rural, sendo a maior parte de subidas, até que o cavalo montado por Andrey parou, numa região conhecida como Serra do Guaraná Quente, por volta das 17h. Aparentando cansaço, o animal deitou e, segundo Dalton narrou à polícia, pareceu ter dificuldades para respirar.
Andrey – que depois contou à TV Vanguarda que estava alcoolizado – supôs que o animal tivesse morrido. Disse a Dalton: “Se você tem coração, melhor não olhar” e, com um facão, decepou as patas do cavalo. Depois ainda desferiu mais golpes contra o cavalo, enquanto Dalton gravava a cena. Postado nas redes sociais, o vídeo viralizou, gerando muitas críticas à conduta do cavaleiro.
O cavalo foi abandonado no local?
Não. Andrey pediu ajuda a um amigo, dono de um carro ao qual o corpo do animal foi amarrado. O cavalo foi arrastado por cerca de 750 metros e jogado em uma vala.
A polícia ficou sabendo?
Sim, a conduta chegou ao conhecimento da Polícia Militar Ambiental e da Polícia Civil. Equipes de veterinários tentam descobrir se, quando teve as patas decepadas, o cavalo estava vivo ou morto.
A perícia já foi feita?
Uma médica veterinária avaliou o animal na terça-feira, 19, mas, devido à posição em que o corpo do cavalo está, não foi possível tirar conclusões. Outra equipe de perícia deve ir ao local nesta quarta-feira, 20.
Que tipo de punição o rapaz pode sofrer?
A Lei de Crimes Ambientais prevê pena de até um ano de prisão por maus-tratos a animais. Se o animal morrer, a pena pode ser aumentada em até um terço – seria no máximo de um ano e quatro meses de prisão, portanto.
O que o rapaz disse?
Em entrevista à TV Vanguarda, nesta terça-feira, Andrey disse que estava alcoolizado na hora da mutilação, e se disse arrependido. “Não foi uma decisão, foi um ato de transtorno (cortar as patas do cavalo). Em um momento embriagado, transtornado, eu peguei e cortei por cortar. Foi um ato cruel. Estava com álcool no corpo. Não é culpa da bebida. É culpa minha. Eu reconheço os meus erros”, afirmou. “Muitas pessoas falaram que eu cortei as quatro e com ele andando. Isso é uma crítica contra mim. Estão me acusando de um ato que eu não fiz. Muitas pessoas estão me julgando e falando que eu sou um monstro. Eu sou nascido e criado no ramo de cavalo, mexo com boi, tenho o apelido de boiadeiro”, continuou. “Estou totalmente arrependido, me sinto arrependido dessa crueldade que eu fiz”, concluiu.
Qual foi o posicionamento da Prefeitura de Bananal?
Em nota, a Prefeitura de Bananal afirmou que tomou conhecimento e encaminhou o caso à Delegacia de Polícia e Polícia Ambiental para apuração dos fatos, identificação e punição dos responsáveis. “A Prefeitura repudia qualquer ato de crueldade contra os animais e reforça seu compromisso em zelar pelo bem-estar de todos, trabalhando em conjunto com os órgãos competentes para que casos como este não fiquem impunes”, afirma.