Neste final de semana participei de um retiro com Marco Shultz, e dentre as reflexões que ele trouxe uma que me inquietou. Foi: o que quero quando quero? De onde faço as minhas escolhas? Do passado, presente ou futuro? Mais uma vez sou convidada a olhar para as minhas necessidades. Muitas de nossas necessidades têm origem no passado, naquela criança que era sensível demais, ou durona, desatenta, que sofreu bullying, sei lá. O que quero quando quero um Porsche? Um doutorado? Uma namorada ou namorado lindo? Colocar silicone na bunda?
Um grande desafio é olhar para as necessidades e desejos ‘não aceitáveis’ digamos assim, é olhar para nossas fraquezas, nossas sombras e ter coragem de admitir: sim, essa que quer o silicone sou eu também. Se pararmos para honrar nossas vidas e olharmos para essas necessidades com amor e aceitação, talvez não seja preciso um Porsche, mas talvez fazer as pazes com o pai ou a mãe ou curar aquele bullying que te persegue desde os 12 anos. O que quero quando quero? Existem inúmeras estratégias para preencher esse querer, mas o primeiro passo é olhar para todas as necessidades, sem julgamento, e reconhecer: sim, eu quero e quem sabe esse desejo mude ao longo do caminho ou não mude, e está tudo bem.
Esse é um caminho que exige coragem e respeito, respeito por si e pelo outro, somos diferentes, com dores e temores muito particulares, como já disse Elke Maravilha, “todos somos livres para escolher a prisão em que queremos estar”. Só é preciso ter consciência disso, você está exatamente onde escolheu estar. Vivemos todos em celas com as chaves penduradas na cintura. O que fazer? Comece com passos pequenos, o que é importante pra você hoje no trabalho, no amor, nas amizades? Liste duas ou três coisas, por exemplo: no trabalho é importante a liberdade de propor coisas diferentes e a alegria. Depois de listar essas necessidades, busque o que fazer para experimentá-las, como, por exemplo, sorrir primeiro antes de exigir do colega. Sim, olhar pra si mesmo não é uma tarefa nada fácil, mas pode te economizar muita dor e muito dinheiro. Te desejo coragem.
Namastê.