Opinião

O que pensa uma assistente social para 2019

 

 

 

Silvania Nobre Lopes

Assistente Social

O ano de 2018 chegou ao fim. Foi marcado por lutas, resistências e desafios para tantas e tantas pessoas. O povo brasileiro presenciou momentos de retrocessos, privatizações, destituição de direitos que violam seriamente os direitos humanos. A sociedade, em constante transformação, busca novas expressões da questão social, o que exige do Serviço Social decifrar as outras dinâmicas no mundo da família, do trabalho, das desigualdades matizadas nas relações de gênero, etnia, sexualidade. Transformações que configuram e reconfiguram as relações sociais e os sujeitos que aparecem com demandas específicas.

Um dos maiores desafios do Serviço Social é compreender que a profissão não atua apenas sobre a realidade, mas na realidade. Trata-se de uma profissão de caráter sociopolítico, crítico e interventivo que se faz presente nas diversas multifaces da questão social, desvelando no cotidiano as necessidades sociais das populações subalternas, identificando a desigualdade como fenômeno constitutivo do capitalismo, assim como as formas de resistência a tudo que as aniquila de construir uma vida digna.

Nesse cenário, é fundamental formar profissionais capazes de atuar frente às demandas cotidianas, analisando-as criticamente de modo a enfrentá-las através de estratégias que permitam a esses profissionais dar uma resposta às novas necessidades fundamentadas em conhecimentos teórico-metodológicos e técnico-operativos.

 A vinculação profissional é guiada pela direção social do Projeto Ético Político tendo a liberdade como valor ético central concebida historicamente como possibilidade de escolher entre alternativas concretas, compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos. Consequentemente, ser Assistente Social implica na vinculação a um projeto societário que propõe a construção de uma nova ordem, sem dominação e/ou exploração de classe, etnia e gênero.

O Assistente Social lida com situações singulares vividas por indivíduos, grupos e diferentes segmentos populacionais atendendo às dimensões particulares e universais da vida dos sujeitos, tornando pública a necessidade social que até então estava particularizadas no âmbito privado. Por essas e tantas outras lutas, 2019 exigirá mais de nós. Exigirá união, força, resistência e, sobretudo, sede de justiça. A partir da luta coletiva teremos condições para construir um país com menos desigualdades sociais.

Redação

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