Opinião

O PROCESSO CRIATIVO DE UM EMPREENDEDOR

Não tente entender a cabeça deste louco.

O empreendedor, por si só, já é tachado de louco. Louco é quem não respeita uma pessoa fora da curva, criativa e única.

Lógico que estou legislando em causa própria. Uma vez empreendedor, mesmo quando não está empreendendo, sempre empreendedor.

E não existe apenas o empreendedor que tem seu próprio negócio ou tem cargo de chefia. Existe o empreendedor interno, aquele cara que sempre tem idéias que ajudam a melhorar a empresa, os produtos, etc.

Nos meus vinte e poucos anos comecei minha como carreira como programador em uma subsidiária da Andersen Consulting, hoje Accenture. O ambiente do projeto que estava alocado era de absoluto silêncio. Impossível de me concentrar. Fiz faculdade no interior de São Paulo e a única maneira de estudar (quando estudava, que raridade) era quando colocava o som bem alto. Ouvia os hits da época: Go Back – Titãs, Índios – Legião, Meu Erro – Paralamas. Então, para me concentrar, preciso ouvir música – e muito alta. Nos tempos de iTunes tenho playlists para tudo: 

•    Rock Nacional para escrever (Paralamas, Titãs, Legião, Kid Abelha, Ira! Replicantes, Capital, Ultraje, etc) – super atual. Neste momento, enquanto escrevo, estou escutando Plebe Rude – Até Quando Esperar

•    Rock Progressivo para relaxar (Emerson, Lake and Palmer, Creedence, Scorpion, Mission, Pink Floyd, Led, etc)

E por aí vai.

Cada um tem sua maneira própria de criar, de trabalhar, de pensar. Se vou estudar algum texto em inglês, a música pode ser até Iron Maden, mas tem que ser em inglês. Estudar em inglês e escutar música em português dá tilt.

E os estalos? As EUREKAS?

As idéias mirabolantes, que vão mudar o globo, trazer a paz mundial, resolver o problema de energia? Ah, esta é no banho. Me lembro de um episódio. Estava empacado em uma linha de código do software que era o cérebro do projeto do Carrefour, o cliente da Accenture que eu estava alocado, já fazia uma semana. Nada! Olhava a tela do terminal (quem tinha PC era burguês) e nada!e ninguém além de mim entendia a lógica do software.

Cheguei de uma balada (na época era outra gíria, que nem me lembro) já quase amanhecendo o dia numa sexta e: PUTZ, achei a resposta. Terminei o banho, peguei o carro – morava na Vila Mariana e trabalhava na Chácara Santo Antônio, ou seja, quase atravessei São Paulo – e resolvi o problema.

Inspiração não tem fórmula, não tem hora, não tem local. E nem pode ter medo de deixa-la vir. Se você é uma pessoa criativa, inquieta e se sente deslocado, é porque 98% das pessoas querem ser lideradas e não querem pensar. Pensar cansa muito.

Sou um empreendedor interno e meu chefe é um carrasco podador de idéias. De que adianta?

Também já vivi esta situação, e é frustrante. Quem mandou você ter mais idéias que seu chefe? Por quê você tem que ser mais inteligente que ele? Então seja realmente mais inteligente que ele, faça com que ele pense que a solução partiu dele, que é O Cara.

É muito melhor dividir ou dar sua idéia para o bem da empresa do que ter uma atitude mesquinha e mantê-la guardada.

Em algum momento você será notado. Vai por mim.

Carlos Elias Jr

About Author

Estudou na Fundação Getúlio Vargas (OneMBA), Stanford e Harvard. Pai incondicional, Empreendedor Serial. Encara a vida como reconstrução constante, acredita em Carpe Diem. Está escrevendo um livro sobre suas aventuras como Empresário do Agronegócio e Empreendedor, que pode ser lido em tempo real em www.jrelias.com e @jreliasbr

Você também pode se interessar

Opinião

Dos Pampas ao Chaco

E, assim, retorno  à querência, campeando recuerdos como diz amúsica da Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul.
Opinião

Um caminho para o sucesso

Os ambientes de trabalho estão cheios de “puxa-sacos”, que acreditam que quem nos promove na carreira é o dono do