O secretário de Comunicação da Prefeitura de Cuiabá, jornalista Bebeto Amador, disse ao Circuito Mato Grosso que o prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) pertencia à base, mas não era do núcleo do ex-governador Silval Barbosa, também peemedebista.
Bebeto se refere à reportagem da Folha de São Paulo publicada nesta quinta-feira (24) e que fala sobre um possível vídeo mostrando Pinheiro recebendo “dinheiro vivo” de Silval Barbosa.O material teria sido entregue pelo ex-governador em delação premiada à Procuradoria Geral da República (PGR).
“Emanuel Pinheiro era mais outsider. Exerce mandatos eletivos desde 1989, mora na mesma casa desde sempre”, defende Bebeto.
Silval é réu em vários processos por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, entre outros. Chegou a passar dois anos preso e hoje cumpre prisão domiciliar e é monitorado por tornozeleira eletrônica.
Após a defesa negar insistentemente, o ex-governador Silval Barbosa fechou acordo de delação com a PGR. Dias atrás, o ministro do STF Luiz Fux descreveu a delação como "monstruosa".
Quanto ao vídeo citado pela Folha de São Paulo, teria sido gravado pelo então chefe de gabinete e braço direito de Silval Barbosa, Silvio César Corrêa Araújo, no período de 2012 a 2013, quando Emanuel Pinheiro exercia mandado de deputado estadual na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
O dinheiro seria para cobrir uma espécie de “mensalinho” pago por Silval para garantir apoio dos parlamentares ao seu governo.
Silvio César Araújo também chegou a ser preso, fez acordo de delação com o Ministério Público Federal e, assim como Silval, cumpre prisão domiciliar e usa tornozeleira.
Riva
Quem também teria citado o nome do prefeito Emanuel Pinheiro no esquema de propina é o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso José Geraldo Riva. Ele também estaria negociando delação com a Procuradoria Geral da República.
Pinheiro nega envolvimento no esquema. Veja a íntegra da nota emitida pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Cuiabá sobre o assunto.
“O prefeito Emanuel Pinheiro (Cuiabá-MT) tem a informar que desconhece o teor do referido processo e os depoimentos que o compõem. Antecipadamente, refuta toda e qualquer ilação que possa ter sido alegada com intenção de enreda-lo nas supostas práticas criminosas que teriam sido admitidas numa possível delação. Pinheiro afirma que não cometeu nenhum tipo de ilícito, reitera sua absoluta confiança na justiça e desde já se coloca à disposição para a elucidação dos fatos e o completo deslinde dessa situação que tomou conhecimento por meio da reportagem da Folha”.
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