O poeta não inventa versos, ele traduz sentimentos, não os seus, exclusivamente – porque nenhum sentimento é pessoal. A pessoa é determinada histórica e culturalmente, os sentimentos, a dor, o amor… Tudo é culturalmente marcado. O ser humano não se realiza no isolamento.
O poeta canta os sentimentos recorrentes, estruturais e estruturantes, as matrizes elementares das emoções humanas. E nesse processo de busca encontra o Outro, se encontra. Os poemas serão universais quando conseguirem interpretar e externar em versos o que há de comum entre as diversas culturas…
Cada poeta é a síntese ímpar de todos os que ele teve a oportunidade de conhecer, de ler, de ouvir, do que aprendeu com a vida, com as vivências, com os seus pares, com os "Outros", com os seus parceiros de tempo e de outros tempos pretéritos.
Esta é a minha interpretação antropológica. Sou antropóloga e penso o mundo a partir das construções sociais, culturais e históricas.
Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas e da Academia Virtual de Poetas de Língua Portuguesa. Seus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias, revistas eletrônicas e nas mídias sociais. É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília