Foto: Ahmad Jarrah
Em um processo eleitoral acalorado, cheio de supostas denúncias, crimes e acusações, o candidato Emanuel Pinheiro (PMDB), junto a seu vice Niuan Ribeiro (PTB), foi eleito com 60,4% dos votos válidos dos cuiabanos. “A população se sensibilizou com a nossa candidatura. Foi puro sentimento. Foi um cruzamento, um encontro de almas, de sentimentos, de sinceridade, e de amor por Cuiabá”, disse Emanuel.
Ao contrário de seu concorrente, Wilson Santos (PSDB), Emanuel não possui experiência com o Poder Executivo. Esta é a segunda vez que tenta ser prefeito por Cuiabá. A primeira, em 2000, disputava pelo PFL e foi derrotado por Roberto França (PSDB).
O futuro prefeito garante que a inexperiência como gestor não atrapalhará. Como primeiras medidas quer implementar o programa “Horas Estendidas para que seja acrescida em uma hora o funcionamento de creches e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI's), beneficiando, assim, mães que ficam até mais tarde no trabalho.
A promessa é uma gestão voltada para o social. “Vamos baixar o decreto determinando jornada especial para servidoras públicas que têm filhos especiais. Vamos resgatar o programa “Bom de bola, bom de escola” do ex-prefeito Roberto França, um grande projeto educacional, esportivo e social. Bem como vamos convocar a licitação para o transporte coletivo municipal de passageiros”, afirma.
Um dos maiores desafios para o novo prefeito diz respeito à questão de água e esgoto da Capital. A CAB, concessionária de Água e Esgoto de Cuiabá, terá contrato recendido, segundo Pinheiro. “Ela descumpriu uma cláusula contratual. A CAB deixou de investir na universalização do saneamento básico desde maio do ano passado, como também há fortes evidências de que os recursos para esses investimentos foram destinados para outra unidade da federação”.
Na saúde o futuro prefeito se compromete a dar continuidade às obras do Novo Hospital e Pronto-Socorro Municipal, das UPA do Jardim Leblon e do Verdão e ainda aumentar em 50 equipes o Programa da Saúde da Família, que hoje conta com 70. “Vamos apresentar esse planejamento e já começar a avançar ainda no ano de 2017”, promete.
Salários dos servidores
Para Emanuel Pinheiro, prefeito de Cuiabá, e Niuan, vice-prefeito, não há a mínima possibilidade de se atrasar salário. “Salário é sagrado. Salário é um direito do servidor e é inimaginável se pensar em atrasar. Pode ficar tranquilo que não há a mínima possibilidade de atrasos de salários em Cuiabá”, assegurou o próximo gestor.
Governabilidade
A coligação “Um novo prefeito para uma nova Cuiabá”, encabeça por Emanuel Pinheiro, tem minoria na câmara se comparada ao seu adversário Wilson Santos. Pinheiro conseguiu eleger 11 vereadores, e Wilson 14.
Emanuel garante que a relação será amistosa e que conseguirá apoio para que os projetos sejam aprovados e que como gestor ele tenha de fato governabilidade. “Comecei a minha vida pública no Palácio Pascoal Moreira Cabral, na casa do Povo Cuiabano. Tô no quarto mandato de deputado estadual, então, pode ter certeza que a minha relação será a melhor possível e será uma relação institucional, republicana”, explica.
Outro grande desafio do gestor será com relação ao governador Pedro Taques (PSDB), que foi cabo eleitoral de Wilson Santos. As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que fez uma grande cicatriz nas principais avenidas de Cuiabá, é de responsabilidade do Estado. As obras do Novo Pronto-Socorro também têm apoio estadual.
Pinheiro garante que a relação também deve ser amistosa. “Cuiabá merece que eu tenha um relação de alto nível com o governador. Eu não tenho nenhuma preocupação. O governador é cuiabano, foi o mais votado em Cuiabá como candidato a governador. Tem o compromisso com a cidade e eu vou ajudá-lo a cumprir. E a relação será republicana, institucional e a certeza de que todas as vezes que formos até o governador é para pedir tudo por Cuiabá, nada para mim, nada para o Niuan”, expõe.
Pleito
Pinheiro foi acusado, pelos adversários, no primeiro turno, de receber aposentadoria do Fundo de Assistência Parlamentar (FAP) de R$25 mil. Segundo eles, “Legal, mas imoral”. Já no segundo turno, as denúncias giraram em torno de um possível pagamento de R$ 4 milhões em propina pela empresa Caramuru Alimentos S/A aos familiares de Emanuel.
“Foram denúncias de última hora só porque já se antevia nossa liderança em todas as pesquisas de opinião publica, tentando macular 28 anos de vida pública isenta e correta, sem nenhum processo por improbidade administrativa, sem nenhum envolvimento em corrupção, sem nunca ter lesado em nenhum centavo os cofres públicos”, analisa Pinheiro.
Emanuel disse que se sentiu mal ao ter que responder as acusações. “Eu não sei jogar, nem gosto de jogar nesse campo do jogo pessoal e da baixaria. Entretanto, a humildade venceu a arrogância e a verdade vai prevalecer sobre a mentira. Nenhuma denúncia pode ficar sem ser apurada e sem ter uma resposta à população”.
No domingo (30), ainda sem saber o resultado das eleições, o coordenador jurídico da campanha de Wilson, José Rosa, disse que irá ingressar com ação para pedir nulidade do resultado das eleições em Cuiabá.
Segundo ele, o recurso será montado com base em uma declaração do advogado Nestor Fidelis, que coordena a campanha de Pinheiro, de pedido para eleitores não votarem em Santos.
“O direito de espernear é legítimo. Não temos nenhuma preocupação. Sabemos da lisura e da retidão da nossa campanha, que em determinação do candidato a prefeito, necessariamente deveria ser escravo da legislação eleitoral a nossa candidatura e campanha foi escrava da legislação eleitoral. E o direito de espernear é um direito sagrado”, alfinetou Emanuel.
Equipe de transição
Nada ainda foi decidido a respeito da Equipe de transição do futuro gestor. O nome mais cotado para coordenar a equipe é do ex-senador Osvaldo Sobrinho (PTB) e pai de Niuan, vice da chapa. Emanuel também evita falar em nomes para a composição do secretariado.
Na quinta-feira (3), Emanuel e o vice se reunirão com o prefeito Mauro Mendes para dar início ao processo de transição.