Opinião

O MENINO QUE QUERIA SER ÁRVORE: CANTO DE AMOR

Fabiano Tadeu Grazioli é gaúcho, professor universitário, diretor teatral, coordenador editorial e escritor. Seu livro de estreia na literatura infantil, O menino que queria ser árvore (2014), publicado pela Editora Positivo, foi selecionado para o Catálogo da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil para a Feira do livro de Bolonha 2015. É considerado o evento mais importante do setor nos segmentos infantil e juvenil.  A Feira tem premiado e dado reconhecimento à literatura, à ilustração e aos escritores.

Recebi do autor recentemente O menino que queria ser árvore (2014) que guarda afinidades com histórias de encantamento e se caracteriza por uma linguagem poética. A leitura é tão sensível e cativante que não conseguimos parar no meio, nosso desejo é que a história nunca acabe. O primeiro parágrafo do livro demonstra que estamos diante de um escritor que sabe lidar poeticamente com as palavras: “Os meninos da sua idade queriam ser aviadores, engenheiros, motoristas, mecânicos, astronautas. Ele não. Ele queria ser árvore. Verde, bem verde, grande e sombrosa, tal qual a árvore que existia no quintal de sua casa. Esta história começa assim, com uma vontade verde de ser árvore”.

E o narrador continua com sua prosa poética: “Várias vezes o menino tentou lembrar desde quando a vontade de ser árvore existia nele”. A prosa poética de Fabiano Tadeu Grazioli se aproxima do nosso poeta mato-grossense Manoel de Barros que muito entende da natureza, das árvores, dos quintais. A obra O menino que queria ser árvore é um canto de amor.      
Fabiano Tadeu Grazioli sabe lidar muito bem com as duas linguagens: palavra/imagem. A capa é uma verdadeira obra de arte e as ilustrações de Rosangela Grafetti são belos quadros que retratam o amor à natureza e o coração das árvores. O livro é um presente para leitores de todas as idades e uma justa homenagem pelo verde e pela natureza.  Se o leitor ficar encantado pelas ilustrações como eu fiquei, irá gostar, também, da história urdida por Fabiano Tadeu Grazioli. Boa leitura é o que desejo.

 

Rosemar Coenga

About Author

Rosemar Coenga é doutor em Teoria da Literatura, apaixonado pela literatura de Monteiro Lobato e semanalmente escreve a coluna Ala Jovem no Circuito Mato Grosso.

Você também pode se interessar

Opinião

Dos Pampas ao Chaco

E, assim, retorno  à querência, campeando recuerdos como diz amúsica da Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul.
Opinião

Um caminho para o sucesso

Os ambientes de trabalho estão cheios de “puxa-sacos”, que acreditam que quem nos promove na carreira é o dono do