Pesquisas deste fim do mês de junho indicam, acho que pela primeira vez, a intenção do eleitor de trocar o Lula por algum candidato da direita.
Simulações de segundo turno mostram que, no caso do concorrente ser um filho do Bolsonaro, há uma ligeira dianteira para o PT, mas quando o questionário inclui o nome da Michelle, há uma vantagem —mesmo que modesta — sobre o atual presidente.
Sem nenhuma surpresa, o nome que se destaca, quando sugerido, é o do Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e cria política do Bolsonaro.
Considerando somente as chances eleitorais do pessoal da direita, a lógica recomenda o lançamento do Tarcísio, que tem enorme apoio, evitando correr riscos com outro candidato. Mas o raciocínio político não é tão linear assim.
Como, em última instância, quem decide é o Bolsonaro, conta muito o coeficiente de fidelidade do futuro mandatário e o compromisso com o indulto presidencial diante de uma provável condenação do ex-presidente pelo STF.
E neste caso, a menos que os números sejam muito desfavoráveis, a preferência será pela própria família em quem pode confiar plenamente, em quaisquer circunstâncias.
Como previsto, a última pesquisa mostrou que, por enquanto, os governadores Ronaldo Caiado, Romeu Zema, Ratinho Júnior e Eduardo Leite não despertam interesse dos eleitores.
Quem está insatisfeito com o atual governo gostou da pesquisa, porque ela pode eventualmente desmotivar o Lula de tentar a reeleição. Se desistir da disputa, é possível que ele pare de rasgar dinheiro distribuindo benefícios generosos, na busca de votos que o levem ao quarto mandato.
Claro que sou a favor da ajuda para os mais pobres, mas não é possível distribuir o que não tem, sacando a descoberto e endividando o País.
É justo o pobre pagar menos imposto de renda, ter benefícios na conta de energia elétrica, gozar de descontos na compra do gás. Só que o governo não produz nada, apenas cobra impostos dos cidadãos. Agora, se para acudir os carentes precisa aumentar os impostos, como vem fazendo, alguma coisa está errada.
Como a arrecadação brasileira está ótima, o certo é fazer uma administração austera, cortando os gastos desnecessários, para gerar um saldo de caixa e aí, sim, socorrer os necessitados.
Não adianta botar a culpa no Banco Central pelo insucesso do governo, acusando-o de aumentar a taxa de juros. O aumento da Selic não é a causa do descontrole do governo, ela é, sem dúvida, consequência de uma má administração. Se o Presidente diminuir os gastos gerando um equilíbrio fiscal, o BC rapidamente diminui a taxa de juros.
O Lula já disse mais de uma vez que só vai para o confronto eleitoral se tiver convicção da vitória. Para que ele perca a ilusão de permanecer no poder, bastam algumas pesquisas sinalizarem uma maioria de votos do candidato de direita já no primeiro turno. Para isto, seus adversários — os citados acima — devem se unir em torno de um só nome. O ideal seria o do Tarcísio, que é o melhor avaliado dos pretendentes.
Renato de Paiva Pereira.