Desde que foi aprovada no Congresso a PEC da reeleição em 1997, prefeitos, governadores e presidentes da república começam o mandato de quatro anos pensando obsessivamente em se reeleger para mais um período.
Quando o País foi redemocratizado em 1985, o mandato presidencial era de cinco anos. Assumindo Fernando Henrique (1995), começou forte pressão (compra de votos) do executivo para instituir a reeleição.
No governo Lula-3 que mal chega à metade, a busca do quarto mandado é o assunto dominante nos meios jornalísticos e políticos. Mas a maioria da população acha que o Presidente deveria aposentar-se por conta da idade avançada, principalmente agora que foi submetido a uma cirurgia para estancar uma hemorragia no cérebro.
A briga está inflamada. De um lado aparece o Lula, que como uma árvore grande e copada, não abre espaço para qualquer outra se desenvolver à sua sombra.
Quem dentro da esquerda poderia substituí-lo? O Haddad é o mais provável, mas pode afundar com o governo do PT. A Gleisi Hoffmann não tem apelo popular e o Geraldo Alckmin é insosso.
Na direita sobram candidatos e essa abundância pode levar à ruína. O primeiro e mais vistoso é o Jair Bolsonaro. Entretanto, tudo indica que estará fora do pleito, se não pelas possíveis condenações futuras, mas pelo impedimento já decretado.
Há outros candidatos dentro do grupo, embora não tenham a benção do chefe. Tarcísio de Freitas seria o mais cotado se Bolsonaro permitisse. Ronaldo Caiado, governador de Goiás, tem boa avaliação no seu estado, mas, por enquanto, não empolga fora dele. Outros gestores menos cotados, como Ratinho Júnior, estão no páreo, além do governador Romeu Zema de Minas Gerais que não convence nem os eleitores do próprio estado. Por enquanto, o Bolsonaro não aceita ficar fora da disputa e nem admite qualquer plano B, mesmo o que contempla o próprio filho.
Enquanto isso, cresce uma força, que embora de direita, se contrapõe ao bolsonarismo: o midiático Pablo Marçal. Este, sim, na minha opinião, representa um forte adversário para qualquer um dos pretendentes da esquerda ou da direita.
Mestre da exploração das mídias sociais, teve excelente votação na eleição para prefeito de São Paulo este ano e por muito pouco não foi para o segundo turno. Combinando linguajar de influenciador digital com técnicas de autoajuda e postura de coach, ele empolga as massas e tem milhões de seguidores nas redes sociais. Consta ainda que esteja planejando lançar um programa popular de TV.
Na pesquisa de intenção de voto divulgada na última quinta-feira (12/12) a Genial/Quaest aponta que o Lula ganharia a eleição em 2026. Entre os opositores, Bolsonaro é o mais forte, mas continua fora do páreo, pois não pode concorrer.
O Pablo Marçal supera o próprio governador Tarcísio de Freitas, até então tido como favorito, na ausência do Bolsonaro. Mas a briga recém começou, e o que sai na frente nem sempre vence a corrida.
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