Há um risco real de sermos governados novamente pelo Lula nos próximos quatro anos. Pesquisas de intenção de votos de todos os institutos confirmam uma tendência de vitória do PT no próximo dia 30 de outubro, embora pouco a pouco o Bolsonaro venha se aproximando.
Tal vitória levará a algumas modificações políticas. Uma delas é a definição do tamanho do Estado, pois é uma tendência notória do Lula priorizar o setor público em desfavor da iniciativa privada. Certamente ele impediria a privatização de empresas da União e, talvez, até tente a anulação das que foram feitas nos governos do Temer e do Bolsonaro.
Parece-me que o líder do PT ainda não assimilou que o progresso social de um país só acontece com o crescimento da produtividade de seus trabalhadores e não com o aumento de empregos públicos.
A origem do Lula é no movimento sindical paulista. Talvez naquela época ele (o movimento) fosse realmente necessário para melhorar a relação patrão/empregado, mas agora os tempos são outros e a situação dos trabalhadores progrediu muito.
A melhora geral é tão grande que alguns países já discutem reduzir a jornada de trabalho para cinco horas semanais, luxo que está disponível a poucos que alcançaram um nível de rendimento tão avançado que lhes permite uma vida mais ociosa. Na verdade cada cidadão só pode usufruir da parte que lhe cabe da produção comum acrescida do resultado do esforço particular. Sacar a descoberto, isto é, usar primeiro para produzir depois, coletivamente é impossível.
Cultivar a ideia que os salários precisam ser aumentados independente do crescimento da produção como a esquerda prega é um suicídio, pois sufoca as empresas e os empregos morrem com ela.
Este é o perigo que o Lula nos traz, não o de transformar o Brasil em uma Venezuela ou de instalar o comunismo no País, muito menos o risco de fechar igrejas cristãs.
O Bolsonaro embora esteja um pouco atrás nas pesquisas, mantém um viés de alta com possibilidade muito grande de ganhar as eleições. Neste caso teremos o aparelhamento do STF com mais dois ministros nomeados por ele e, talvez, até a ampliação do quadro, para ter mais controle sobre o judiciário.
Mas ele nos expõe a outros riscos: incorporação definitiva da religião à coisa pública, desestímulo da cultura e da ciência, diminuição da importância das universidades federais, descaso com o meio ambiente, estímulo ao confronto político no meio social, incentivo a posse de armas pela população e encorajamento de constante brigas com inimigos reais ou fabricados.
Entretanto tem um mal o maior. Com um ou com outro, os próximos quatro anos estarão perdidos do ponto de vista da civilidade. O Ídolo e o Mito já deixaram uma funesta e indesejada herança: arrastaram igrejas, bispos e pastores inescrupulosos para o centro deste bordel, onde se mistura religião com política.
Não satisfeitos, Mito e Ídolo dividiram o povo em dois batalhões. Deram-lhes como armas as redes sociais e, tirando todos os limites impostos pela cortesia, civilidade e respeito, mandaram agredirem-se mutuamente.
Renato de Paiva Pereira – empresário e escritor