O governo Pedro Taques admitiu que está com as contas do Estado no “fio da navalha”. A declaração foi feita em reunião com membros do Fórum Sindical em discussão sobre o escalonamento de salários anunciado nesta sexta-feira (7).
“O governo admitiu que tem estado no fio da navalha, principalmente com o mês de dezembro, que é atípico que tem que pagar 13º, residual, Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Básico)”, disse o sindicalista Oscarlino Alves, membro do Fórum.
A declaração ocorre dois dias após o anúncio do governador eleito Mauro Mendes (DEM) de que Mato Grosso irá fechar 2018 um déficit orçamentário de R$ 1,8 bilhão. E para o próximo ano, a estimativa é que o valor seja de outros R$ 1,5 bilhão.
O Fórum Sindical teve reunião hoje com o chefe da Casa Civil, Ciro Rodolpho para cobrar a aplicação de 2% da RGA (Revisão Geral Anual) sobre os salários dos servidores do Executivo e também para pedir explicação sobre o escalonamento de salários. Segundo Oscarlino Alves, a mudança ainda não está definida.
“O governo fez previsão orçamentária e financeira. Ainda não está decidido o parcelamento, e nós viemos cobrar que seja pago o salário no dia 10. É inadmissível que não seja no dia 10. Queremos receber o salário integral e dentro do expediente bancário”.
O governo informou hoje mais cedo que decidiu escalonar o pagamento da folha salarial de novembro. A definição de quais categorias ou valores de salários serão pagos primeiro, assim como as respectivas datas desses depósitos, seriam anunciados nesta sexta-feira.
Os pagamentos poderiam ser divididos em até quatro folhas para ativos, aposentados e pensionistas. Outra possibilidade seria repetir o que já foi feito em situação anterior: o pagamento de salários por secretarias, deixando os vencimentos mais altos por último. A folha de pagamento deste mês está orçada em R$ 528 milhões líquidos, o que significa que não consta neste montante o valor dos impostos.
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