A necessidade ou não da utilização do fumo em ritos religiosos já me foi questionada por vários umbandistas novos, e até mesmos antigos, e para ela temos várias respostas fundamentadas nas ideias particulares das várias correntes, ou escolas, que juntas formam o movimento umbandista da atualidade. Em nossa visão particular, o fumo deve ser utilizado pelas Entidades incorporadas no Terreiro.
Essas Entidades não se utilizam do fumo em suas realidades astrais. Em verdade, grande parte dos elementos materiais utilizados pelas Entidades durante as manifestações mediúnicas se volta ao trabalho delas em relação ao ambiente material e não a sua realidade espiritual, ou seja, quando um Caboclo incorporado fuma um charuto ele não o faz porque gosta, sente falta ou coisa do gênero; na verdade, ele fuma porque a fumaça ali produzida com princípios e motivações espirituais consegue penetrar e desmanchar energias negativas que circundam o ambiente, o consulente e o seu médium.
A fumaça dos charutos vegetais constituídos dos elementos Água e Terra e de outros meios utilizados na Umbanda, é resultado da interação dos elementos Ar e Fogo, elementos ligados de forma muito íntima à movimentação energética. Ela não é produzida de forma viciosa pelas entidades como muitos escritores e supostos palestrantes tentaram afirmar. Não. Na verdade, é produzida ao mesmo tempo em que as Entidades, a seu modo, invocam as forças superiores e naturais para que ao momento daquela ação estejam essas forças todas a favor do atendido.
Por outro lado, devemos observar a ação das próprias ervas ali envolvidas. Devemos nos recordar de que durante o período físico em que o fumo germina, cresce e se desenvolve, ele arregimenta as mais variadas energias do solo e do meio ambiente, absorvendo calor, magnetismo, raios infravermelhos e ultravioletas do sol, polarização eletrizante da lua, éter físico, sais minerais, oxigênio, hidrogênio, luminosidade, aroma, fluidos etéreos, cor, vitaminas, nitrogênio, fósforo, potássio e o húmus da terra, dessa forma o fumo é na verdade um potente condensador de carga etérea e astral que, ao ser liberada pela queima, emana energias que atuam de forma positiva no mundo oculto podendo desintegrar fluidos adversos à contextura perispiritual dos encarnados e desencarnados.
Quando uma baforada de fumaça decorrente do uso de um charuto, cachimbo, é dispensada por uma verdadeira Entidade sobre alguém podemos ter a certeza de que junto da fumaça muitas energias foram retiradas do corpo astral, e físico, daquela pessoa. E se porventura essa fumaça não estiver sendo liberada sobre uma pessoa, devemos nos recordar dos princípios de nossos ancestrais vermelhos a respeito da fumaça, princípios e conhecimentos que foram guardados e preservados por várias culturas que se utilizam dos incensos e defumações junto das liturgias de adoração e/ou de comunicação com o mundo espiritual.
Saravá!