O inquérito policial de referência teria sido instaurado para apurar possíveis crimes cometidos pelo senador Blairo Maggi, o governador Silval Barbosa, os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) Humberto Bosaipo, Sérgio Ricardo e Alencar Soares e o promotor de Justiça Marcos Regenold Fernandes. Em função das prerrogativas de foro, a 5ª Vara Federal do Estado de Mato Grosso encaminhou o processo ao procurador-geral da República Rodrigo Janot sugerindo postulação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
As decisões bombásticas desta fase da Operação Ararath fazem parte do Inquérito 3.842 do STF, cujo relator inicial era o ministro Celso de Mello e no último 2 de abril foi redistribuído para o ministro Dias Toffoli, que de imediato o decretou como “segredo de justiça”.
Toda esta fase da Operação teria sido instruída pela delação premiada de Júnior Mendonça – dono da Globo Fomento e da Amazônia Petróleo – à Justiça.
O pedido de prisão preventiva de Eder Moraes teria acontecido em razão de ele ter se mostrado extremamente hábil em relacionar-se com pessoas influentes do alto escalão, como, por exemplo, o promotor de Justiça Marcos Regenold Fernandes, que estaria orientando Moraes em seus depoimentos e ainda induzindo o Departamento de Polícia Federal a mudar o foco das investigações em favor de Eder.
O contato que teria exposto a relação entre os dois teria sido feito através de SMS. Por esta razão, foi liberada busca e apreensão no gabinete do promotor. Eder aparece ainda diversas vezes no depoimento de Júnior Mendonça como o intermediador das transações financeiras realizadas pela Globo Fomento, quase sempre a serviço do então governador Blairo Maggi.
No caso de José Riva, que também aparece em inúmeras menções de Mendonça em sua delação premiada ao explicar operações financeiras, um dos pilares do pedido de sua prisão seria o fato de ele continuar exercendo o poder de presidente da Assembleia Legislativa, descumprindo decisão judicial que o afastou do cargo.
Em ambos os pedidos, seria ressaltada a importância de manter Riva e Eder afastados fisicamente de Mato Grosso pela influência que têm nas mais variadas agremiações políticas, jurídicas e financeiras do estado.
BIC BANCO – Carlos Cuzziol, superintendente do Bic Banco em Mato Grosso, também foi detido durante a quinta fase da Operação Ararath, mas foi recolhido à Polinter, em Cuiabá. Ele concedia empréstimo às empresas de Júnior Mendonça a fim de atender aos interesses de Eder Moraes. Entre os anos de 2009 e 2010 teriam sido liberados cerca de R$ 12 milhões à empresa Amazônia Petróleo, maior fornecedora de combustível do Governo do Estado e da Assembleia Legislativa. A prisão de Cuzziol também foi expedida pelo juiz da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, Jéferson Schneider.