O deputado licenciado Wilson Santos (PSDB), e secretário de Cidades no governo Pedro Taques, diz que a delação premiada assinada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) o colocou em situação “confortável” com o abrandamento de pena, previsto na negociação do acordo, para “desfrutar” dinheiro acumulado de ações criminosas durante sua gestão.
“O crime compensou para Silval Barbosa, porque ele, segundo as investigações, soma quase meio bilhão de reais, se propôs a devolver parte disso, e vai ficar fora da cadeia para viver uma vida abastada com o dinheiro que roubou”, disse Santos em entrevista à rádio Capital FM.
Em março deste, quando a delação premiada ainda estava em negociação, o ex-governador Silval Barbosa disse que comprometeria em devolver R$ 250 milhões aos cofres públicos como parte do acordo.
O combinado foi de que 50% seriam devolvidos através de bens e 50% em dinheiro, parcelados em até 48 meses. Em troca da “colaboração” e da devolução do dinheiro, o ex-governador seria beneficiado com a redução de dois terços das penas referentes à operação.
Pelo mesmo acordo, ele deixou o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) depois de 20 meses preso. Ainda de conforme o acordo, o ex-governador terá progressão de pena. Passa a cumprir ao regime semiaberto a partir de 2019, e a partir de 2021, a eventual condenação em regime aberto.
Processo por calúnia
Wilson Santos disse ainda que na próxima semana deverá abrir processo por calúnia contra Silval Barbosa, que o implicou em suposto de propina de R$ 10 milhões. O dinheiro teria sido pedido por Santos para cobrir as despesas das eleições de 2010, ano em que disputou com Silval o governo de Mato Grosso.
“Silval fumou maconha estragada na prisão. O que diz é um escárnio. Ele me procurou várias vezes por meio de outras pessoas, até que aceitei uma reunião na casa do [ex-deputado] Oswaldo Sobrinho, e ele veio com a conversa de dinheiro. Eu rejeitei. Por isso, vou entrar na próxima semana com ação por calúnia contra ele.”