Finalizar um curso de graduação não significa, em hipótese alguma, o fim dos estudos. A busca pelo conhecimento não pode se esgotar. A pesquisa possibilita conhecer a realidade no campo sócio ocupacional através da relação teórico-prática, da observação, escuta e desvelamento da vida cotidiana em que se revelam aspectos sociais, subjetividade dos indivíduos e objetividade “aspecto exterior”.
O conhecimento não pode se esgotar na apreensão do imediato/aparente que se configura apenas como um ponto de partida. O caminhar para o conhecimento deve prosseguir até a apreensão da essência. O que requer aproximação sucessiva do real, considerando as condicionalidades e determinações da vida social dos sujeitos. Nesse processo, as dúvidas e dificuldades devem ser registradas e consideradas como elementos importantes no cotidiano profissional, porque conduzem à reflexão e análise que, por sua vez, potencializa a interlocução teórica e o encontro de novos caminhos para a resolução de um problema. É, portanto, o caminho necessário para a compreensão dos fenômenos sociais particulares fincadas na realidade e capazes de acionar mudança.
No meu caso, a pesquisa, na prática do Assistente Social, me auxiliar a desenvolver uma atuação mais consistente, pois me instrumentalizará a refletir criticamente sobre a dinâmica em que o mundo está inserido, alicerçado no trabalho rigoroso, crítico, propositivo e na ética profissional.
O Serviço Social, como profissão sócio histórica, tem em sua natureza a pesquisa como meio de construção de um conhecimento comprometido com as demandas específicas da profissão e com as possibilidades de seu enfrentamento. Assim, os profissionais são estimulados a transpor do campo empírico à realidade social através da atitude investigativa na prática profissional. Assim, a pesquisa aproxima e tornam públicas as necessidades dos cidadãos ao campo do direito, efetivadas pelo Estado através das políticas públicas.
A seguir pela poética do alemão Bertold Brecht (1898-1956), “Desconfiai do mais trivial na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceitem o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar.”
Silvania Nobre Lopes
Bacharel em Serviço Social