O caminho das ervas é verde; tem cura, alegria e muita ecologia. Mas também é o nome do curta que será lançado em 25.04, por meio de plataforma digital, onde Cristian Siqueira, Me. Karaiman, trata do assunto tão intrigante quanto vasto da utilização das ervas para fins de medicina e outros.
O uso das ervas para fins medicinais é tão antigo quanto as próprias necessidades de medicina; outrora, o homem, em busca de melhorias para suas patologias, observava e colhia na natureza os remédios necessários. Essa cultura verde, preservada e mantida por infinitas gerações, alcançou supremacia em muitas sociedades antigas até que com o avanço da ciência e da própria medicina cientifica, as ervas deixaram de ser o elemento principal de curas para se tornar fonte de princípios ativos de drogas medicinais, essas, agora, produzidas em laboratórios e não mais nas cozinhas antigas do passado.
“O Caminho das Ervas” é um curta produzido com apoio governamental procedente do Edital Movimentar Cultura de 2021 (SECEL) onde o uso das ervas é tratado com ênfase em práticas medicinais conservadas em diversas localidades do estado de MT.
É fruto de pesquisas desenvolvidas por Cristian Siqueira que, em grande maioria, coletou informações dentro de comunidades terreiros e grupos populares com presença de erveiros, benzedores, e pessoas comuns, que ainda hoje utilizam do poder verde para sanar suas dores e necessidades.
Entender o uso das ervas requer duas frentes de conhecimento: o popular e o cientifico. Muitas ervas usadas a primórdios tempos para tratamentos específicos tem, hoje, eficácia comprovada em laboratórios que atestam sua utilização especifica de acordo com seus princípios ativos, obstante, longe das necessidades laboratoriais, no curta é mostrada também uma correlação planetária, uma correlação de polaridades e até mesmo de sexo nas ervas, conhecimentos esses observados e usados dentro de comunidade de terreiros, quilombos e em comunidades indígenas. Assim, percebe-se que nem só de verde é o caminho, mas também de observação e análise crítica e profunda.
As ervas, diz a tradição local, se manifestam a vista de quem delas precisa. Os antigos tinham extremo cuidado em analisar novos “matos” que apareciam em suas residências, principalmente se esses eram vistos em tempo de doenças e epidemias, pois, segundo a tradição, as ervas necessárias para determinada cura e necessidade poderiam simplesmente aparecer, nascer, na casa de quem delas necessitasse. Assim, era comum que um mato, visto em hora exata, fosse o remédio que faltava para um tratamento especifico. Hoje, com os recursos da modernidade tecnológica, essa prática foi deixada paulatinamente para trás por questões de segurança, e, nisso, vale observar, toda erva deve ser utilizada após constatação de segurança para uso, dado que muitas são toxicas e algumas, não toxicas, o podem se tornar a depender da quantidade e modo usado, afinal, mesmo a utilização medicinal é feita hoje com base em pesquisas que, erveiros e erveiras, constantemente fazem através de livros, pesquisas e análises.
Olhar para o universo de uso das ervas não é algo exclusivo das práticas medicinais populares, mas é, também, um olhar sobre a necessidade de preservação das tradições populares e, em amplo sentido, sobre a necessidade de preservação ecológica, e, nesse sentido, com segurança podemos dizer que a prática medicinal com ervas é a escola da educação ambiental considerando que muito antes dos discursos atuais de preservação ecológica se manifestar, antigos e novos defendiam a necessidade de preservação do verde. Conhecimento antigo, necessidade atual. Que os caminhos sejam verdes.
“O caminho das ervas”
Lançamento em 25/04/2022 – 19hrs
Canal do COCT (Youtube)