O deputado estadual Gilmar Fabris, do Democratas, disse que nunca se considerou réu no processo que o manteve inelegível até a decisão tomada nesta quarta-feira (31.10) pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ribeiro Dantas de extinguir a pena aplicada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso pelo crime de peculato.
Fabris recebeu 22.913 votos, mas os registros estavam congelados por força da condenação pelo TJ. “Recebi a decisão do STJ como recebo todas as decisões judiciais. Cumpra-se. Eu fui condenado em um processo aonde eu sempre me considerei inocente. Nunca me considerei sequer réu”, afirmou o deputado em entrevista à Rádio Capital.
O deputado ao processo desde 1996 e alega que não foi encontrado nenhum dinheiro ilícito em sua conta e nem da conta de parentes ou amigos. “Inclusive o julgamento no Tribunal de Justiça de Mato Grosso foi apertado. Foram 11 votos pela condenação e 9 pela absolvição”, lembrou.
Fabris diz que ter recebido com respeito a condenação naquela ocasião. “Porém esse processo está prescrito. Tanto é verdade que ele foi desmembrado e a juíza Selma Arruda, hoje aposentada concordou com a prescrição e determinou arquivamento. Ela entendeu que a justiça não tinha tempo a perder e nem a necessidade de condenar”, pontuou o deputado.
Outro fato destacado por Gilmar Fabris foi a suspensão dos efeitos adotada pela relatoria do processo no Tribunal de Justiça para que ele pudesse se candidatar. “Mesmo assim, o TRE, numa votação apertada e que foi decidida contra a minha pessoa pelo presidente, congelou minha candidatura, e eu disputei a eleição sem registro”.
O deputado contou que enfrentou muita dificuldade ao longo da campanha pelo fato de não ter sua candidatura registrada. “Como é duro dizer para o eleitor que eu sou candidato sem registro. Mesmo assim tive a felicidade e o reconhecimento de 23 mil eleitores que me consagraram deputado”, afirmou durante a entrevista, observando que ouviu de várias pessoas que suas eleições sempre foram difíceis. “Sempre enfrentei problemas para me eleger, mas a gente entrega na mão de Deus. E ao contrário do que alguns dizem, eu não sou do diabo, sou de Deus e ele sabe o que faz”, finalizou.