O conflito afegão, que opõe os insurgentes talibãs expulsos do poder em 2001 e as forças governamentais afegãs apoiadas por uma coalizão internacional, deixou no ano passado 2.959 mortos (+7% em relação a 2012) e 5.656 feridos (+17%) entre os civis, segundo o relatório anual da missão da ONU no Afeganistão (Unama).
"A escalada do número de civis mortos ou feridos em 2013 vai contra a corrente da queda registrada em 2012", lamentou a Unama, ressaltando que o número de mortos do ano passado se aproxima do recorde de 2011 (3.133 mortos).
Este aumento ocorre, sobretudo, por uma "mudança de dinâmica" no conflito devido à retirada progressiva da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Otan no Afeganistão, que em 2013 terminou de transferir a responsabilidade da segurança do país às forças afegãs, numerosas (350.000 homens), mas frágeis e mal equipadas.
"O fechamento das bases militares internacionais e a redução das operações aéreas e terrestres da Isaf (…) deram às forças antigovernamentais mais mobilidade e capacidade para atacar as forças afegãs, mais envolvidas e expostas que nos anos anteriores", ressalta a Unama.
O aumento do número de vítimas civis em 2013 levanta dúvidas sobre a capacidade das forças afegãs de garantir a segurança do país. A Otan encerrará no fim do ano sua missão de combate no Afeganistão e retirará do país os cerca de 50.000 soldados que seguem mobilizados no local.
AFP