Cidades

Número de pessoas não encontradas sobe 10%

O desaparecimento de um ente querido está entre os piores flagelos que uma família pode vivenciar. A falta de informações de alguém que é próximo a nós e o fato de estarmos alheios a eventuais situações de perigo que os desaparecidos podem atravessar são apontados por muitas pessoas como uma dor que supera até mesmo a da morte. Mato Grosso é um estado que vem percebendo um decréscimo no índice de pessoas que “somem”, no entanto viu aumentar em 10% o número daqueles que não foram localizados, na comparação 2013/2014.

Os dados são da Polícia Judiciária Civil (PJC) de Mato Grosso. De acordo com o levantamento, 862 pessoas desapareceram em 2013. Dessas, 684 foram localizadas e 178 continuaram desaparecidas. Em 2014, menos pessoas “sumiram” no Estado: 801. Porém, o índice daqueles que foram encontradas também foi bem menor. Enquanto 558 indivíduos foram encontrados, outras 243 continuaram desaparecidas até dezembro do ano passado – sendo este o mês em que mais se registrou o sumiço de mato-grossenses, somando 49 ao todo.

A falta de uma metodologia unificada entre Governo Federal e entidades federativas para cadastro e acesso à informação de pessoas desaparecidas dificultam ainda mais o trabalho de famílias, Organizações Não Governamentais (ONGs) e da própria polícia. Estima-se que todos os anos mais de 40 mil crianças desaparecem no país, de acordo com a ONG Desaparecidos do Brasil. Entretanto, essa estimativa pode ser muito maior, justamente pela falta de integração das forças de segurança pública.

Quando as estatísticas sobre desaparecidos contemplam crianças e adultos, o número total pode saltar para mais de 200 mil. Entretanto, esse índice também representa um alerta para a falta de políticas públicas eficazes para aqueles que passam pela dor da busca de um familiar ou amigo do qual não se sabe o paradeiro, uma vez ele é fruto de uma pesquisa feita pela ONG Movimento Nacional de Direitos Humanos em 1999 – há 16 anos – e foi o último grande levantamento nacional feito sobre o assunto.

Há dois anos, o jornal carioca “O Globo” tentou realizar uma pesquisa nacional sobre pessoas desaparecidas, mas esbarrou, novamente, na falta de integração e de políticas públicas entre as forças de segurança estaduais e o governo federal. No estudo produzido com dados de 2011, o periódico apurou que naquele ano 51.703 pessoas haviam sumido de seu círculo social sem deixar pistas. Porém, Ceará, Alagoas, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Paraíba e Rondônia não apresentaram dados sobre essas ocorrências, fazendo com que o número alcançado pelo jornal seja muito maior.

Outro indício do descaso com as famílias é o site desaparecidos.gov.br, do Governo Federal, que há dois anos não é atualizado, além de apresentar estatísticas ultrapassadas e incompletas.

Leia a reportagem na integra

Diego Fredericci

About Author

Você também pode se interessar

Cidades

Fifa confirma e Valcke não vem ao Brasil no dia 12

 Na visita, Valcke iria a três estádios da Copa: Arena Pernambuco, na segunda-feira, Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça, e
Cidades

Brasileiros usam 15 bi de sacolas plásticas por ano

Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.