Política

Novos militantes de partidos expõem velhas barreiras da estrutura política

Mato Grosso tem mais de 521 mil jovens aptos a votar e se candidatar (depois dos 18, óbvio), com idade entre 16 e 34 anos, de acordo com estimativa do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A representatividade dessa faixa etária, entretanto, não se mostra na cara dos detentores de cargos eletivos.

A renovação da representatividade política no Brasil passa – acreditam os militantes – pelo uso das mídias sociais, novas tecnologias e a utilização destas como estratégia para romper a barreira do poder econômico na hora de oferecer à população quadros diferentes dos sobrenomes que se repetem por décadas na ocupação das cadeiras da Assembleia Legislativa e do Congresso Nacional (Câmara e Senado). Essa é uma das constatações da reportagem do Circuito Mato Grosso após uma semana entrevistando alguns dos principais nomes das alas jovens dos maiores partidos do país no estado.

Outra percepção advém da multiplicidade de opiniões sobre o porquê de ser tão difícil às pessoas entre 16 e 29 anos (faixa etária para se filiar à ‘Juventude’ na maioria das legendas) conseguirem emplacar suas candidaturas já dentro dos partidos. Para várias lideranças, muitos dos mais velhos preocupam-se somente em manter o poder e não querem mesmo dar espaço a essa renovação porque isso significaria abrir mão de algo que eles não querem perder.

Para o secretário estadual da Juventude do PDT, Diego Camolezi, por exemplo, é muito claro para qualquer um que participa da política brasileira o quanto ela é um sistema viciado, um círculo vicioso. É bem a frase que todo mundo conhece. “As pessoas querem se manter no poder sim, mas se engana quem acha que político rouba só pra ficar rico: ele rouba pra se manter no poder. O poder é mais importante que o dinheiro”, afirma o militante partidário de 25 anos, na política desde os 16. O PDT tem cerca de 500 filiados jovens no estado.

Assim, todos os projetos, independente da ideologia que professem publicamente, são mantidos em torno de uma salvaguarda dos mandatos adquiridos, o popular “não largar o osso”. O vereador quer ser deputado, mas sem perder a influência na Câmara, então indica alguém ligado a ele para manter-se lá e só então lançar-se ao parlamento. O ciclo se repete de lá para a Câmara dos Deputados.

A constatação de Camolezi encontra eco em outro jovem, publicitário, 26 anos, mas com ideologia partidária um pouco mais distante, à direita, da dele. Presidente da Juventude do PSD, Cleiton Miranda percebe o raciocínio do colega trabalhista e vai além ao lembrar que a geração anterior a esta era muito mais apática politicamente. Na visão dele, isso melhorou devido à superexposição de opiniões e pessoas nas mídias sociais.

“Muita gente que quis participar ficou decepcionada de certa forma porque não tínhamos opções para serem lançadas pela juventude, que era sempre utilizada como massa de manobra, para o momento da eleição. Em seis meses montava-se uma juventude para esse trabalho; agora, a juventude começou a ter voz mais ativa, principalmente por causa das redes sociais, porque agora a opinião dela é levada em consideração”, raciocina.

O partido do ex-vice-governador Carlos Fávaro (apontado como inspiração por Miranda) conta com 600 jovens filiados, sendo 70 líderes e dois vereadores (um em Nova Ubiratã e outro em Santa Carmem), com menos de 30 anos. “Nosso vice-prefeito Niuan tem só 33 e milita no PTB desde os 16 anos”, lembra o fã declarado da “liderança e propósitos” de Fávaro.

A partir dessas vivências político-partidárias, os jovens têm mais meios para tentar subverter as estruturas do sistema, mas isso não quer dizer que é tarefa fácil, como lembra o secretário estadual de União da Juventude Socialista (braço jovem do PC do B), Daniel Victor Pereira de Abreu, 23 anos, que desde os 16 entrou numas de buscar o bem público, primeiro no grêmio do colégio Presidente Médici, depois como estudante de Biologia na UFMT.

“Hoje, mesmo com a juventude sendo protagonista em vários pontos, alguns dos maiores partidos não dão legitimidade, porque juventude é fácil e difícil ao mesmo tempo. Os partidos não dão recursos, não apoiam, é só a juventude pela juventude. Sem espaço e sem poder, não dá pra se organizar”, expõe. No rastro desse desestímulo institucional, muitos dos militantes jovens preferem apoiar um quadro maior do partido do que lançar candidaturas jovens. “Porque pensam lá na frente, pois atrelado a uma candidatura maior há chances de viabilizar outra candidatura depois”, continua Pereira de Abreu. Hoje, a UJS tem 2 mil filiados.

Ideias acabam se repetindo ao infinito nos anos de mandato, sempre em torno de manter cargos, dinheiro, meios de negociação e, claro, poder. “Existe, principalmente no nosso estado essa coisa dos políticos tradicionais, vindos das famílias tradicionais, de setores da economia e da sociedade tradicionais na política”, intervém outro militante jovem do PC do B, o historiador Victor Hugo Teixeira, presidente da UJS do alto de seus 24 anos de vida.

Assim, esses bastiões da velha política acabam minando, pela forma como é constituído o poder político brasileiro, primeiro pela questão estrutural de possibilidade de arrecadação e recursos para uma campanha que consiga se eleger quanto do ponto de vista político mesmo, com as coligações não permitindo que partidos menores emplaquem candidaturas em pé de igualdade. São sempre tratadas como de menor expressão.

As destinações do fundo partidário explicam em parte esse boicote. Este ano, o bolo é de R$ 1,7 bilhão a ser dividido entre as legendas. “A política acaba sendo sempre a mesma, porque as ideias são sempre as mesmas. Muitas vezes a própria candidatura que a juventude apoia não dá espaço para debater as ideias. Na juventude não, temos espaço pra divulgar e debater nossas ideias e colocar para a sociedade aquilo que a gente pensa”, continua Daniel Victor.

Para outro militante jovem, mas de longa carreira (começou aos 11 anos), o geólogo Caiubi Kum, a política partidária brasileira é instrumentalizada de modo a favorecer que quem está no poder por lá permaneça. Filiado ao PDT desde 2011, detecta o mesmo que seus colegas de outros partidos com outro ponto – há líderes jovens, mas muitas vezes estes são filhos de políticos mais velhos. “Se olhar o Congresso Nacional, os nomes que dizem ser novos são de netos de alguém, de filhos de alguém das classes mais altas e ou políticas, nunca é ninguém da plebe”, argumenta.

Na última eleição, em 2014, ele se lançou a deputado federal. Recebeu 4.226 votos. “Mesmo sem estrutura, sem tempo de tevê e sem dinheiro”, diverte-se.

Como as regras do jogo não mudaram daquela eleição para esta, ele achou melhor não candidatar-se novamente este ano, apesar de a militância no partido prosseguir, afinal, há esperança de que as coisas mudem algum dia. Ele vê, entretanto, com muito menos entusiasmo do que o restante a incidência das mídias sociais como arregimentadora de novos eleitores. “A internet favorece quem joga com extremos e procura polêmica, num primeiro ponto, no segundo, a verdade é que se precisa de dinheiro para ter uma página de bom conteúdo que seja bem vista”.

Distantes ideologicamente, PCdoB, PSDB e PDT se aproximam quando o assunto é esperança em uma mudança de rumos. Para o presidente da UJS, há uma perspectiva de mudança a partir deste ano e isso pode ser demonstrado até mesmo pelo desespero dos partidos tradicionais em modificar suas nomenclaturas. “Essa conjuntura parece mostrar que virá um novo ciclo de jovens tanto no sentido de não reeleger os que estão no poder quanto de exigir novos nomes”, pondera.

Quem também acha isso é o psicólogo e secretário nacional de formação política do PSDB, Alex Zopeletto da Silva, 26 anos, que também é professor universitário. Ele sabe que o processo é lento, um tanto quanto espinhoso, mas acredita ver essa perspectiva mudando nos últimos anos. “As manifestações de junho de 2013 ajudaram a modificar isso um pouco Prova disso é que temos um vereador (Ícaro Severo, de apenas 23 anos) em Sinop. Ele conseguiu se eleger e fazer um bom mandato. Os candidatos jovens de Cuiabá também têm conquistado os eleitores tanto em período de campanha quanto depois de eleitos. Há lideranças surgindo”, disse ao jornal, por telefone.

Na perspectiva dele, a facilidade de informação proporcionada pela internet faz com que as pessoas se aproximem da política, nem que seja por obrigação, por ver parentes e amigos envolvidos com o tema. “Isso é uma coisa boa. A internet tem ajudado muito a mostrar o político que realmente trabalha e aquele que não trabalha, só busca polêmica. Acho que esse é o caminho para a mudança em nível estadual e federal”. Ele, porém, assim como o pedetista Kuhn e os socialistas, também não vai se candidatar.

Número de jovens votantes em MT é superior a 520 mil

Já um dos menos de dez políticos, com mandato, menores de 30 anos no estado, Ícaro Severo vai se desafiar a buscar uma cadeira de deputado estadual pelo PSDB. “A população busca caras novas e o jovem vem se destacando nesse aspecto. Acredito que o jovem tem mais audácia, mais ousadia em relação aos mais velhos. Isso é um ponto forte em busca de uma renovação na política”, pensa. Os tucanos têm cerca de mil filiados de idade entre 16 e 29 anos.

A bola da vez

No centro das polêmicas e da mídia nos últimos meses e especialmente semanas, o Partido dos Trabalhadores ainda tem o maior número de militantes na faixa etária considerada jovem por eles: são 1.450 jovens no Estado. Outros números são superlativos, pois eles preveem em estatuto que pelo menos 20% de suas diretorias municipais, estaduais e nacional sejam compostos pelo PT Jovem, que lançou nas últimas eleições 31 candidatos a vereador (18 mulheres e 13 homens), dos quais foram eleitos três: Bartolomeu Junior, de Canabrava do Norte, Alex Gomes, de Porto Alegre do Norte, e Erick Silva Gonçalves, de Barão de Melgaço.

“Em Cuiabá, lançamos a candidatura de uma mulher, jovem e negra, Laura Abreu, de 24 anos. Ela foi a grande sensação da juventude, pois o partido empoderou essa mulher a se colocar como candidata, com 775 votos, numa eleição difícil. Pra nós, foi um grande ganho pelo que apresentamos à sociedade”, diz o presidente do PT Jovem, Edivaldo Souza Magalhães, 31 anos. Ele lembra que há maneiras de aumentar a participação dos jovens no cotidiano político de uma cidade e eles passam necessariamente pelos conselhos de juventude nos municípios.

Por fim, todos veem a renovação como uma necessidade de verdadeiramente se identificar com alguma bandeira ideológica, mas, acima de tudo, a percepção de que tudo na sociedade é o bem comum. Grande parte dos partidos políticos permite a militância, e isso é importante para se discutir e sair da prática torta de fazer política somente na campanha, mas vivê-la todos os dias. “O partido tem essa forma de agir e resistir. Nós buscamos isso, pessoas preparadas para militar o ano inteiro em todos os ramos, fora de apenas campanha”, garante o militante do PSDB e presidente dos tucanos jovens, Arlindo Almeida Neto, 22 anos.

 

Em partidos de “barões”, jovens ingressam na política com desejo de mudança – Crise política, investigações e mesmice são justificativas daqueles que resolveram “pôr a mão na massa”

Os partidos políticos estão envelhecendo. Fato. Quando se observa as composições políticas em todas as esferas, é possível notar a disparidade na quantidade de “figurinhas repetidas” e caras novas – jovens! Na mesma linha, também houve diminuição no número de jovens filiados a partidos políticos, conforme levantamento realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesse sentido, quem trará a tão sonhada mudança no cenário político? A resposta é dada pela própria juventude política, que afirma ainda resistir.

O jornal conversou com líderes da juventude municipal e estadual de diversos partidos. Quase de forma unânime, os jovens falam de renovação aliada ao trabalho duro em prol da sociedade. Para eles, não adianta ter espaço e continuar com as velhas ideias. É preciso renovar, portanto, a maneira de se fazer e pensar a política.

Na vida política desde os 9 anos, Jhonatan Anfilofev, de 22, começou a procurar seu espaço quando compôs o grêmio estudantil de sua escola, no município de Jangada. Lidando com movimentos estudantis, ele logo intensificou sua atuação ao se filiar ao Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB), no qual permaneceu até este ano. Em busca de mais representatividade e espaço para debates, ele migrou para o Partido Progressista (PP), mesma legenda do atual ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi. Segundo ele, este é o momento para que os jovens tomem frente às mudanças que a sociedade espera.

“Acho que tanto nós, juventude, quanto a população, estamos cansados da política estadual”, comentou. “Querendo ou não, nosso país atravessa um dos piores momentos políticos. Eu acho que não podemos criminalizar partidos, mas sim os políticos que não estão cumprindo com seu papel de defender a sociedade, o coletivo”, pontuou.

Para ele, que já compôs a executiva estadual do partido anterior, a solução é apontar jovens com pensamentos novos. “Não adianta nós termos jovens com atitude de antigos políticos. Hoje, muito da juventude aqui do nosso estado, por mais que se diga que tem pensamento jovem, segue orientação de antigos políticos, políticos que estão envolvidos em delações e esquemas, e eu acho que esse não é o caminho da mudança. O caminho da mudança é, realmente, de jovens que estão comprometidos com a sociedade, com o interesse público e não com o interesse privado”.

Questionado se os jovens realmente encontram espaço para compartilhar suas ideias, ele respondeu que sim. Para ele, é importante que os políticos ampliem a discussão com a Juventude para que o trabalho do partido flua melhor.

Também foi em busca de espaço e mudança que Gabriel Franco, de 21 anos, ingressou na política. Vice-presidente da Associação Dislexia MT, atuante desde 2016, o rapaz começou a se envolver em projetos relacionados ao tema, e conseguiu, inclusive, aprovar duas leis estaduais. A conquista, segundo ele, foi o que o estimulou a buscar um partido político em que ele pudesse fazer mais. Atualmente, é filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), do ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo. Segundo ele, a legenda procura jovens que estão dispostos a “arregaçar a manga e colocar a mão na massa”.

“O partido dá abertura para quem quer trabalhar”, destacou. “Eles dão toda a liberdade para o jovem trabalhar, mas ele precisa estar engajado”. Para Gabriel, o mundo da política não é fechado aos velhos figurões. Em sua visão, a política atual é “velha”, porque falta a atuação da juventude. “Não se trata de abrir espaço para um nome novo, tem que ter uma proposta. As pessoas estão ganhando eleição sem proposta e é por isso que estamos com essa política. Não adianta chegar um jovem sem trabalho e querer sair candidato; não é assim”, comentou.

Foto: Câmara de SP / Parlamentos seguem sem representação jovem

Mas foi para pôr a “mão na massa” que Jéssica Baltas, de 23 anos, entrou para a política. Também filiada ao PTB, ela afirma que entrar não é fácil, especialmente para aqueles que não têm relação passada com a política. No entanto, aos poucos se ganha espaço para expor seus ideais. Sem relação passada com a política, a jovem, que é estudante de enfermagem, conta que decidiu “ser a mudança“ quando vivenciou o descaso na saúde pública.

“Eu sempre via as críticas de modo geral em relação à política, mas não entendia. Mas, depois que comecei os estágios em postinhos e hospitais públicos, passei a entender como o sistema público funcionava. Meu interesse pela política cresceu, passei a estudar”. O PTB foi escolhido por, segundo ela, buscar a aproximação dos jovens com a política.

Em sua visão, a política brasileira está perdendo credibilidade, fazendo com que aumente cada vez mais o desinteresse da população. “Está perdendo interesse principalmente dos jovens, que acabam entregando seu voto para candidatos que não demonstram interesse pelas melhorias das condições de vida do povo”, pontuou. Para ela, “a classe política atual esqueceu que o seu princípio é servir”.

Já para Gabriel Franco, colega de partido de Jessica, a escassez da juventude está relacionada à falta de vontade em entrar para a vida política por parte dos jovens. “Você chama alguém para se filiar, para entrar na política e ele pergunta o que ele vai ganhar com isso. O jovem tem que voltar a ser militante”, pontuou.

Em um caminho oposto, Lucimara Beserra, do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), acredita que é a cultura da sociedade, atrelada à estrutura política, que contribui para a baixa participação juvenil e não a falta de militância. Ela, que milita no movimento estudantil desde os 17 anos, quando participou do Centro Acadêmico de Biologia da UFMT, destaca que o “conjunto da obra” não incentiva a participação do jovem na política.

Foi o sentimento de falta de representatividade que colocou a jovem, hoje com 25 anos, no rumo da política. Ela tem uma visão de “engessamento” na política do estado. “Hoje a juventude é uma das classes mais afetadas pela política com o desemprego, a violência nas periferias, os programas de educação e vagas nas universidades sendo cortados. Enfim, a juventude é um dos setores mais relevantes, mas é bem pouco representada”.

Apesar disso, ela reconhece que a juventude encabeça importantes movimentos que buscam a mudança no país. “A juventude é, sim, um setor social bastante ativo. A gente vê a mobilização estudantil, vimos movimentos nas ruas liderados por jovens, mas também é aquela coisa de que eles não querem ocupar cargos institucionais”, observou.

“O jovem que conseguir entrar [se eleger] vai enfrentar resistência”, pontuou. “Eu acho que tem um pouco da questão de opressão e até mesmo de as pessoas mais velhas não considerarem os mais novos sem experiência, mas também acho realmente que é questão da estrutura política, que se mostra na sociedade como um todo. A própria forma de eleição vai excluindo os perfis que não são hegemônicos”, comentou, recordando o período de campanha, quando ouviu de muitos eleitores que ela era muito jovem.

Segundo Lucimara, a falta de representatividade, no que diz respeito à estrutura política, também está relacionada ao apoio e questões financeiras. “Para você ser eleito, tem que ter campanhas milionárias. A nossa sociedade também tem a cultura de não incentivar a participação, mas quando incentiva é relacionada ao paternalismo ou com figuras mais velhas”. Em contraponto, na eleição de 2014, quando concorreu ao cargo de vereadora por Cuiabá, ela afirma não ter gasto nem R$ 5 mil. A saída foi bastante jovem: redes sociais.

“Hoje as redes sociais são nossa maior influência, como um todo. A gente tem que analisar, elas trazem dados, coisas boas, mas também coisas ruins. Eu faço uma análise de que é um espaço que está aí e que a gente tem que ocupar”, comentou. Como exemplo, ela citou as manifestações de 2013 e a mobilização causada nos países árabes. Apesar dos lados positivos, Lucimara também destaca a possibilidade de aumentar as notícias falsas, chamadas fake news. “Entendemos que as pessoas podem expressar suas posições e isso tem bastante potência e a gente sabe que vai ter que enfrentar coisas como as fake news, até estamos debatendo, porque tem gente que vai colocar notícias falsas. Mas as redes sociais são um recurso também”.

A opinião é compartilhada por Jéssica Baltas, que destacou que, hoje, a juventude está ligada à tecnologia. “Os partidos precisam se modernizar inserindo essas novas tecnologias através dos jovens e seguir se adequando às necessidades das populações carentes em busca de um futuro melhor”. Segundo ela, os jovens na política representam uma “administração moderna em todas as esferas, utilizando e empregando melhor os recursos direcionados ao social”.

Apesar dos jovens atuantes no cenário político, nem todos os partidos organizam a juventude para reunir ideias e promover debates. É o caso do Partido da República (PR). Em entrevista ao jornal, duas fontes levantaram a suspeita de que os jovens da sigla estariam servindo para “cumprimento de tabela”, já que a participação de uma parcela estaria determinada no estatuto do partido. A reportagem entrou em contato com o vereador Chico 2000, representante do diretório municipal, que respondeu que precisaria procurar um nome a indicar na sede. No dia seguinte, entramos em contato com o secretário José Márcio, que informou, enfim, que os jovens não são organizados, embora haja filiados.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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