Pelo menos quatro famílias estão sob risco iminente de terem suas casas levadas morro abaixo a continuar as chuvas torrenciais que estão caindo na capital e todas as nove que estão em perigo devem deixar com urgência suas residências. As ‘placas’ estão se soltando ao menor volume de chuva, a estabilidade da encosta está diminuindo consideravelmente na iminência de se soltar por inteiro, provocando transtornos incalculáveis.
“O Governo está esperando uma tragédia”, desabafou o advogado Rubens Fiúza Júnior, morador do alto da encosta. O Circuito Mato Grosso publicou em primeira mão que o corte feito na encosta do morro pela empreiteira responsável provocou um ‘reverso’ no solo, deixando-o instável, gerando risco de desabamento, fato que está acontecendo aos poucos, conforme a intensidade da chuva. Os moradores do local fizeram verdadeira via-sacra em busca de uma solução e só encontravam informações desencontradas. Depois de algumas idas à Secopa, finalmente na semana passada fecharam acordo em terem parte de seus terrenos desapropriados para a construção do muro de arrimo na encosta.
Segundo o geólogo Mário Albuquerque Cavalcanti, uma das rochas está com fraturas e formou-se uma espécie de ‘iceberg’, sendo que um bloco já foi solapado: “Mexeram numa caixa de marimbondos”, alertou o profissional. Caso a contenção tivesse sido feita previamente, com a correção da instabilidade do talude, não haveria riscos de um possível solapamento [erosão]. Consequentemente, não haveria situação de insegurança para a população local.
O Morro do Despraiado está ao lado do viaduto que está sendo construído pelo governo do Estado, através da Secopa, para os jogos de 2014. Segundo o cronograma do governo Silval Barbosa (PMDB), a inauguração do viaduto está mantida para este mês mesmo que o problema da encosta não tenha sido solucionado.