Internacional

Novos bombardeios deixam situação ainda mais grave em Aleppo

Equipe de resgate e moradores carregam corpo de vítima de ataque na área rebelde de Salaheddin, distrito de Aleppo, no domingo (25) (Foto: Ameer Alhalbi / AFP)

Os bairros rebeldes da cidade síria de Aleppo, onde o atendimento médico e os alimentos são cada vez mais escassos, voltaram a ser bombardeados nesta segunda-feira (26). Cidade no norte da Síria vive a "pior semana" nos seis anos do conflito armado que abala o país.

No início do mês, um cessar-fogo, organizado pelos Estados Unidos e pela Rússia, contribuiu para reduzir o número de mortes diárias no país. A iniciativa fracassou e desde sábado (17) o país vive uma intensificação da violência em várias regiões.

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou no (25) que pelo menos 139 pessoas morreram nos últimos dias devido aos ataques na parte leste de Aleppo.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou que o balanço de mortos subiu a 128 desde quinta-feira à noite (22), quando o exército sírio anunciou uma ofensiva mais intensa para reconquistar a totalidade de Aleppo. A maioria dos mortos é de civis.

Os aviões russos e do regime realizaram "dezenas de ataques" a partir da meia-noite no leste da cidade controlada pelos rebeldes, segundo o OSDH. Ao amanhecer os bombardeios se intensificaram e provocaram incêndios.

Entre os mortos estão 20 crianças e nove mulheres, afirmou Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH. Além disso, 36 civis morreram nas zonas rurais da província de Aleppo e 400 pessoas ficaram feridas em toda a província.

Os quase 250 mil habitantes dos bairros rebeldes de Aleppo não recebem ajuda externa há dois meses. Desde os bombardeios de sábado, a população não tem água, de acordo com o Unicef.

"Os hospitais se encontram sob forte pressão com o número elevado de feridos e a falta de sangue disponível, além da ausência de cirurgiões especializados em transfusões. Por isto, as pessoas gravemente feridas são imediatamente amputadas", afirmou uma fonte médica à AFP.

A AFP constatou que o preço de sete porções de pão árabe passou de 350 libras sírias (70 centavos de dólar) na semana passada, antes da ofensiva, para 500 libras sírias (1 dólar).

Em Nova York, as potências ocidentais criticaram a Rússia no domingo em uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU.

"O que a Rússia apoia e faz não é luta antiterrorista, é barbárie", disse a embaixadora americana Samantha Power, em referência aos bombardeios em Aleppo em apoio ao regime.

Seu colega russo, Vitali Tchurkin, rebateu as acusações e responsabilizou a coalizão internacional liderada por Washington pela falta de acordo para encerrar o conflito.

Fonte: G1

Redação

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