Os novos blindados podem rebocar até 13 toneladas, possuem um para-choque chamado de "limpa trilhos", com capacidade de retirar pedras, sofás, entulhos e outros objetos de grande porte jogados por criminosos durante a incursão dos agentes militares nas favelas. Os seis metros de comprimento foram mantidos, mas os novos carros têm uma mudança que melhorou a ergonomia, com capacidade máxima de 13 policiais. Os antigos foram adaptados de carros-fortes e chassis de caminhões.
O projeto do Governo do estado para as novas aquisições foi iniciado há seis anos com uma pesquisa sobre os carros em uma viagem à África do Sul, país fabricante dos blindados. Veículos de diversas nacionalidades foram testados e parâmetros internacionais foram adaptados para a realidade do Rio.
"O conceito de Segurança Pública no Rio de Janeiro é único no mundo. Um carro pode ser muito bom para Israel, mas não para nós. Por exemplo, veio um carro pra cá, que em vez de ter ar condicionado, tinha calefação", disse o responsável por projetos de tecnologia do Batalhão de Operações Especiais (Bope), major Maurílio Nunes.
De acordo com o major, os novos blindados têm maior proteção balística, mais conforto para o policial, um sistema de climatização mais eficaz, e uma velocidade maior de resposta já que o veículoconsegue transpor obstáculos. Nunes salientou que a tração nas rodas, o sistema automático, o computador de bordo e a câmera 360 graus também vão facilitar o trabalho dos agentes.
O responsável por projetos de tecnologia do Bope acrescentou que o blindado possui uma câmera com capacidade de 24 vezes de aumento e que todo o material filmado é armazenado, servindo de prova em qualquer problema em uma operação.O major afirmou que o véiculo não é "de ataque" e sim "um transporte de tropa". "Se precisar fazer uma defesa, ele vai se defender. Mas o objetivo é levar a paz para a comunidade, fazendo a defesa territorial, fazendo a patrulha em um terreno hostil, essa é a concepção do veículo", definiu.
De acordo com o delegado assistente da Coordenadoria de Operações Especiais da Polícia Civil (Core), Fabrício Oliveira, da sua equipe, três motoristas foram até a África do Sul para fazer um treinamento e multiplicar o que aprenderam para os outros profissionais. No total, oito homens da Core dirigem o blindado.Ele também ressaltou a importância de ter o equipamento adequado para trabalhar. Segundo ele, muitos profissioanis passaram por anos de treinamento, são muito bem treinados e sem o material correto para trabalhar, ficam expostos a riscos maiores.
G1