"A Rússia ocupou a Crimeia, que foi, é e será ucraniana. E isto o disse aos dirigentes russos na Normandia. A Crimeia é e será ucraniana. Ponto final", afirmou durante Poroshenko durante seu discurso de posse.
O novo presidente anunciou viajará ao leste pró-russo em breve, mas rejeitou o diálogo com os líderes insurgentes e defendeu a integridade territorial do país.
"Quero a paz e alcançarei a unidade da Ucrânia. Por isso começo minha gestão com uma proposta de plano de paz", disse Poroshenko durante seu discurso de posse.
Poroshenko também prometeu uma ampla anistia aos milicianos pró-russos que deponham as armas e não tenham cometido delitos de sangue, e se mostrou disposto a convocar eleições locais nas regiões rebeldes de Donetsk e Lugansk.
"Com um projeto de descentralização do poder, com a garantia do uso da língua russa em suas regiões. Com a firme intenção de não dividir os ucranianos em bons e maus. Com respeito às particularidades das regiões", disse.
"Isso sim, hoje necessitamos de um parceiro legítimo para o diálogo", destacou, antecipando que convocará eleições municipais nas regiões rebeldes do leste russófono.
"Não vamos falar com os bandidos", acrescentou, em alusão aos dirigentes das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, que proclamaram no dia 12 de maio sua independência após referendos separatistas.
Poroshenko também afirmou que convocará eleições parlamentares antecipadas, mas insistiu que o único idioma estatal é o ucraniano e descartou a federalização do país, como pedem os insurgentes e o Kremlin.
"Os sonhos de federalização não têm fundamento na Ucrânia. Os conselhos locais receberão novas faculdades, mas a Ucrânia foi e será um Estado unitário", assinalou.
Crise com a Rússia
O magnata Petro Poroshenko é o quinto presidente na história deste país, está substituindo o cargo de Viktor Yanukovich, que se exilou na Rússia após ser deposto durante os violentos distúrbios de fevereiro passado em Kiev.
A posse do novo chefe de Estado ucraniano aconteceu depois do primeiro contato, na sexta-feira (6), entre Poroshenko e o presidente russo, Vladimir Putin, nos atos do 70º aniversário do desembarque de Normandia.
Durante o breve encontro em terras francesas, Poroshenko acertou com Putin que um emissário russo viajará este domingo (8) a Kiev para abordar os primeiros passos para a regra do conflito no leste da Ucrânia.
Ambos os líderes defenderam pôr fim aos combates no leste da Ucrânia entre forças governamentais e os rebeldes pró-russos.
Por outro lado, o líder ucraniano expressou sua confiança em receber o reconhecimento russo dos resultados do pleito presidencial do dia 25 de maio passado, nos quais Poroshenko ganhou no primeiro turno.
Em sua posse neste sábado, o novo chefe de Estado ressaltou que "os cidadãos da Ucrânia não viverão em paz e segurança até que normalizemos as relações com a Federação Russa".
Ao mesmo tempo, denunciou que a "Rússia ocupou a Crimeia", em alusão à anexação da península por Moscou promulgada no dia 21 de março pelo presidente russo, Vladimir Putin.
"A Rússia ocupou a Crimeia, que foi, é e será ucraniana. E isto disse ontem aos dirigentes russos na Normandia nos festejos pelo 70º aniversário: A Crimeia é e será ucraniana. Ponto final", assegurou.
O novo presidente assegurou que Kiev deve assinar em breve um Acordo de Associação com a União Europeia (UE), cujo rejeição foi o estopim dos protestos que desembocaram em fevereiro na derrocada de Yanukovich.
Poroshenko ressaltou que esse acordo será o primeiro passo para o futuro ingresso da Ucrânia na UE durante um discurso de posse em presença do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.
G1/ EFE